Tempo é igual aos diferentes relógios da existência do cosmos e o nosso tempo pessoal.
“Longa é a arte, tão breve é a vida” (Fausto, Goethe)
No espelho apenas uma sombra do que já fui, se é que fui alguém ou alguma coisa, o certo mesmo é que a vida passou numa rapidez incrível, mais para mim do que aos outros, é uma conclusão, uma percepção de quem sente que o tempo fluiu, mas sem traumas quanto a isso.
Claro que todas as reflexões que se faz são carregadas por nossas experiências pessoais, nossas alegrias e dores, nossos conflitos, medos e incertezas, obviamente a idade tem um peso que nos traz mais capacidade de enfrentar alguns desafios mais complexos, ao mesmo tempo, uma certa aflição pelo fim proximo e impreciso.
Algumas dúvidas fundamentais de nossas existências foram aprendidas, não compreendidas, mas isso também faz parte do que é a humanidade, em.qualquer época, não importa se parecemos melhores, mais informados e/ou mais complexos, a maioria dos problemas humanos são perenes, o maior dele, a nossa própria existência, nosso tempo.
É que esses dilemas batem mais forte com a idade (mais maturidade, ou não), é como funciona a lógica do crescimento, isso me lembra Dante, quando abre a Divina Comédia, diz que “no meio da jornada…”, é um anúncio de que bateu nele o desespero do tempo e com isso as mais profundas dúvidas e dali saiu a enorme e bela poesia.
Obviamente, Dantes, Shakespeares, Machados, Clarices, Elis, Chicos, são raros/as, cada uma e cada um deles/as, têm/tiveram as mesmas dores dessa nossa pequena viagem, nesse planeta de alguns bilhões de anos, o tempo humano, em sua última etapa alguns milhares de anos, uma contradição em si, pois nosso tempo individual se esgota num piscar de olhos e sumimos.
Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.