Arnobio Rocha Crise 2.0 A crise de 2005-2008 PARIU a Extrema-direita!

2440: A crise de 2005-2008 PARIU a Extrema-direita!


A Extrema-Direita barrada na França, no segundo turno eleitoral.

A crise de superprodução de capital se dá no pico, nunca no vale, a crise é de abundância, não se escassez, a crise acontece antes do que se vê, muitas vezes apenas o efeito nefasto dela. A crise de 2008, na verdade deu-se em 2005 quando todos os índices da economia estavam em pleno voo, empregos, salários, ações e bolsas. Assim, se tem uma diminuição da taxa de lucros, o santo gral do capital.

A queda espetacular que se assistiu nos EUA e UE entre 2008-2010, a queima de capitais, a liquidação do Lehman Brothers, a maior retomada de imóveis, carros e bens da classe média e trabalhadora nos EUA, representam não a crise, mas seus efeitos e, ao mesmo tempo, retomada para um novo ciclo do capital, de patamares mais baixos, para o mais alto.

Entretanto, esse cenário caótico causado pela maior crise desde 1929, não encontrou uma saída de curto prazo, o que tinha sobrado de Estado de Bem-estar Social, gastos públicos e sociais, previdência e seguridade, precisava ser “realizado” privadamente como forma de recomposição da taxa de lucros pela micro fração burguesa que controla o mundo e o Capital.

Para conseguir retomada da taxa de lucros, a fração burguesa que domina os destinos da humanidade impõe ao mundo o chamada ultraliberalismo, uma radicalização do neoliberalismo, países inteiros foram tragados por essa política, como os PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália e Espanha), mesmo França e a poderosa Alemanha, foram obrigados aos cortes nos gastos do Estado.

A imposição do Ultraliberalismo não se dá com os políticos e partidos tradicionais, o mergulho nas trevas, muitas vezes nos lembra o cenário pré-guerra, em que as forças de extrema-direita cresceram velozmente assumindo o controle de países e favorecendo a implementação dessa política anti-humana. As forças políticas que trabalhavam na lógica do Estado de Bem-estar Social, com apelo pela Democracia já não dão respostas ao novo cenário.

A Extrema-Direita se converte na força que mais se adequa à nova economia política do Capital, é ela que atende aos anseios de Wall Street, da City, da Faria Lima, azeitada pela maior máquina ideológica já vista pela humanidade, as Redes Sociais controlada pelo Capital, em nome dele, com seus algoritmos e parâmetros que ditam o pensar na sociedade, será mais incrementada com a introdução da chamada Inteligência Artificial, que na verdade é apenas uma mega concentração de acessos computacionais.

Todas essa parafernália a serviço de partidos e movimentos claramente inspirados no fascismo, que canaliza a revolta contra o  Sistema, que não dá resposta, numa constante revolta/controle e em confronto contra a civilização, democracia e diversidade. Parecem toscos, desprovidos de charme e/ou inteligência,  talvez essa visão arrogante de menosprezo (ainda que correto) à extrema-direita pode ser fatal no enfrentamento e no combate. É fato que o esgoto, as fakenews, se abriu, mas há uma lógica e muitas razões para o sucesso e terreno fértil para que existam.

As recentes vitórias de forças de Centro-esquerda, democráticas, nas eleições do Brasil, Portugal, Espanha, México, Reino Unido e França, contrabalança as derrotas da Argentina e o avanço da extrema-direita no parlamento Europeu. As próximas batalhas são Uruguai e EUA, importante essa reação.

É a luta de classes, mesmo que muitos a neguem.

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