Arnobio Rocha Filmes&Músicas Michael Jackson quinze anos depois

2357: Michael Jackson quinze anos depois


Michael Jackson durante a gravação de We are the world (janeiro de 1985)

Ontem, 04.02.2024, assiste, no canal de streaming Netflix, ao grandioso documentário e resenhei, A Noite que mudou pop, ao final disse que Michael Jackson merecia um post especial, por tantas razões, mas só de vê-lo ali, com 26 anos, no seu auge, já era o maior astro pop da história musical, com a humildade e nenhuma afetação.

A música, We are the World, era uma composição dele e de Lionel Richie, cogitou apenas compor e apoiar, mas Quincy Jones o convenceu a participar da gravação, mas ele fez muito mais, ensaiou, modificou, deu ideias, interagiu com todos os artistas, fez apenas um pequeno solo, foi emocionante e me fez relembrar a dimensão gigantesca de Michael Jackson, me dei conta que dia 25.06.2009 se foi, ou seja, completaremos 15 anos sem ele, com quase 51 anos, vencido por questões tão dolorosas da vida, que lhe retiraram a vontade de viver.

Em 2014, pelos 5 anos de sua morte, fiz uma pequena homenagem ao genial Michael Jackson, com em vários outros posts, sempre que cabe, citar sua importância, músicas:

“O ser humano pode carregar em si todas as contradições possíveis, ser vários e apenas um, ser forte e frágil, genial e fútil, espetacular é ridículo. Apresentar para milhões e ser completamente sozinho. Captar tantos ventos e temporais, transformar tantos vetores em arte pura, rara e sutil, fazendo da vida algo incrível e inacreditável. Seduzindo a todos com suas ideias e seus conceitos, mas se isolando numa fuga da vida real, pois descobriu que viveu para o imaginário, não para o concreto

O auge de um gênio, que depois do magistral Thriller foi capaz de inovar, renovar e surpreender, óbvio que o mundo era outro, a aceitação não foi a mesma, mas para muitos, este é o disco mais bem elaborado tecnicamente, nada fora do lugar, resultado de mais de três anos de experimentação, inspiração, sacadas e muita, muita transpiração. Cada mínimo detalhe foi pensado, corrigido, refeito, coisa de artesão, de artista metódico e que buscava a perfeição.

O legado de Michael Jackson na música mundial é incontestável, a despeito de todas as contradições de sua trágica vida, a sua doença, manias, aceitação de si ou negação, quando,ao mesmo tempo embranquecia, se preocupava com a sua raça, seu povo, as visitas à África, o amor ao Mandela. Uma relação atormentada consigo mesmo, de um ser iluminado, genial.

Seria mais simples julgá-lo e condená-lo sob nossos padrões de valores morais e éticos, sem jamais compreender que somos o que somos, mas que dentro de nós cabe tantos EUs, que “dominamos” por nossa tola racionalidade e com nossa autoridade (ou seria autoritarismo) queremos impor a todos e a qualquer nossa régua, nossas medidas e nosso metron

Viva Michael Jackson, que a vida nos deu e levou por um tempo tão curto, mas deixou uma marca tão grande, quase insubstituível”

Ao pensar nesse novo texto, era para ser uma citação ao anterior, mas ele diz muito o que sinto ainda hoje, quando o perdemos, quando ele se perdeu, como ele próprio se perdeu, as contradições de nossas vidas, nossa incapacidade separar os vários Michael Jackson, sem o “Cancelamento” tão simples e comum, as redes sociais já fizeram julgamento e condenação.

Ouço e continuarei a ouvir a voz, os versos, imediatamente, na mente, vêm as danças a incrível capacidade de criar, surpreender.

Obrigado, Michael Jackson!

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Share this on WhatsApp“Então, que me vale viver? Por que não me atiro já do alto deste duro penedo, para livrar-me de todas as aflições arrojando-me abaixo? Melhor é morrer