Arnobio Rocha Política A perseguição ao Flávio Dino, ou a Burguesia brasileira – um caso de insucesso!

A perseguição ao Flávio Dino, ou a Burguesia brasileira – um caso de insucesso!


Flávio Dino sob ataques da mídia patronal.

A incrível “história” do Estadão sobre a família do Ministro Flávio Dino demonstra que a Burguesia brasileira deu errado, e é capaz de qualquer coisa para sabotar um projeto nacional, mesmo o mais rebaixado, que não toca na propriedade privada e muito menos no Poder. E nos obriga a uma reflexão maior sobre isso.

O capitalismo trouxe ao mundo uma liberdade nunca vista, acabando escravidão, servidão, opressão religiosa, separação desta do Estado. O Capitalismo trouxe a racionalidade à vida pública, democracia, constituições, eleições, poder de escolha, fez reformas fundamentais como a reforma agrária, urbana, educação, escolas e universidades, saúde pública.

Obviamente não trouxe a igualdade, nem a apropriação coletiva dos meios de produção, mas esse não era e nem é seu propósito.

Essa realidade do capitalismo pleno, nunca se realizou plenamente no Brasil, pelo desenvolvimento desigual e combinado. Nesse sentido, a Burguesia brasileira sempre topou ser a sócia minoritária da Burguesia estrangeira, sem nenhum pudor, ou amor ao país, na maioria das vezes ligou o f…se para Soberania e pátria, povo e nação.

A esquerda clássica no Brasil de tradição stalinista teve como tática fundamental, a aliança com uma idílica (não existente) Burguesia Nacional, para impulsioná-la a tomar o governo e fazer as reformas de base, especialmente a reforma agrária, distribuição de renda e democracia plena.

Por óbvio esse projeto nunca saiu do papel por uma razão simples, faltou combinar com a preguiçosa e submissa Burguesia Nacional, sem nenhum pendor pela Democracia, muito menos pelas reformas, esse autoengano permanence, em parte até hoje.

A chegada de FHC/PSDB ao governo central ao invés de aproximar de parte desse projeto nacional, deu-se o oposto, as privatizações e o alinhamento ao ideário neoliberal, fez retroceder o tal projeto de desenvolvimento nacional.

Lula I e II e Dilma I, de certa forma trabalharam na mesma linha da busca de uma burguesia nacional que se associasse, ou pelo menos não se opususse ao projeto de crescimento com distribuição de renda, de reformas, super negociadas, sem tocar nos fundamentos do capital financeiro, a fração burguesa que controla o poder no mundo, nem assim houve/há aceitação, pelo DNA da formação do Capital no Brasil.

Os anos do Golpe, 2016 a 2022, apenas reforçaram o caráter retrógrado da chamada Burguesia do Brasil, sua incapacidade de ter apetite de exercer plenamente o poder capitalista, fundando uma ordem elementar de soberania, de independência e de disputa no mundo.

A volta de Lula muito se deve pelo desacordo entre as frações burguesas, os setores mais reacionários do agronegócio, os mais beneficiados com as exportações não aceitam nenhuma reforma ou racionalidade do Estado, aliados aos parasitas da especulação, rentistas, donos do mais poderoso aparato ideológico, a grande mídia, trabalham diuturnamente contra o Governo Lula.

Os meios de comunicações são capazes de criar uma verdade paralela do Brasil de dar inveja aos velhos aparelhos stalinistas do leste europeu, a capacidade de invenções parece ilimitada, a penúltima é criar uma família Dino como oligarca e de apoio ao imperador D. Pedro II, sem nem corar de vergonha.

O Brasil não é para amadores.

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