2331: Não Chore, apenas Sorria!

O positivismo tóxico que só traz infelicidade.

I tried to laugh about it
Cover it all up with lies
I tried to laugh about it
Hiding the tears in my eyes
(Boys don’t cry – The Cure)

A chuva caiu forte, molhando a secura de Brasília, e o tempo do sol firme e de céu azul, do nada virou cinza, nem bem refresca, para novamente abrir o tempo, um descortinar que traz a incerteza dos próximos instantes, sobre o por vir, como se fosse uma metáfora de todos os sentimentos que veem num único, a montanha-russa que sobe e desce, num movimento sem fim.

Essa parece ser a dinâmica de um mês que veio trazendo duras lembranças, abrindo com todos os santos, e de repente são os mortos, que nos levam ao significado de dores, feridas abertas, não curadas, pois foram feitas para dilacerar, ou seria como a águia de Zeus que fere o fígado de Prometeu, pois ele voltará a crescer, numa incessante dolor, sofrer.

Claro que nenhum de nós vai viver ou morrer por ninguém, mesmo que assim o desejasse, é mais ou menos como as microtragédias que experimentamos apenas pelo fato de sermos vivos, estas nos matam em vida, ou nos fazem sentir o que é morrer, o sentido do outro lado, ir ao Hades e ficar na terra, ou estar na terra morando no infernum.

A trilha sonora desse estranhos tempos em que sorrir, ou sermos fortes, é uma lei de mercado, o produto é a felicidade.

A felicidade, seja lá o que hoje signifique, cada vez mais distante do ideal da ética do “fazer o bem”, que transmutou para um mero sorriso, afinal você está sendo filmado, analisado, perscrutado, e cama de Procusto lhe impõe não seu tamanho (conteúdo), como também a forma, para além da dor, o riso, sem encanto,

Assim seguimos, ou não!

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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