Dos oito jogos das oitavas de finais da Copa do Qatar, apenas 2 foram duros de assistir, não por coincidência foram empates e prorrogação, para castigo dos torcedores: Croácia 1 x 1 Japão (3 x 1, nos pênaltis) e Marrocos 0 x 0 Espanha (3 x 0, nos pênaltis), um show de incompetência, inclusive nos pênaltis, Espanha, uma das campeãs do mundo perdeu três pênaltis, imperdoável, calando a boca do seu técnico que dizia que apenas a Espanha jogava bonito, nós vimos.
Marrocos é a grande surpresa da Copa, pois venceu seu grupo que tinha Croácia e a “grande” Bélgica, que em 2018 eliminou o Brasil de forma bisonha. Marrocos avançou para o jogo contra a Espanha e segurou o 0 x 0, teve algumas chances, como também mais sorte do que juízo, pois na retranca e quase se deu mal, seu goleiro foi fundamental ao pegar dois pênaltis e forçou o erro de outro, chutado na trave.
Dos oito classificados, apenas a seleção de Marrocos não faz parte das grandes seleções, há 4 campeãs: Brasil, França, Argentina, Inglaterra, duas vices: Holanda (1974 e 1978) e Croácia (2018). Além de Portugal, que tem uma ótima geração que vai aposentar Cristiano Ronaldo, que veio mais com o nome do que pelo futebol apresentado nos últimos dois anos.
Os excelentes jogos dessas oitavas fizeram crescer as expectativas de que estamos diante uma grande Copa, pois tinha tudo para dar errado, começando pela escolha inusitada, o Catar (Qatar), sem nenhuma tradição no futebol, que ganhou sabe-se (ou não) lá como veio a sediar uma copa, país minúsculo, riquíssimo, com graves problemas de desrespeito aos direitos humanos e trabalhistas.
Holanda, Argentina, Inglaterra, França, Brasil e Portugal deram verdadeiros shows em seus jogos, vitórias incontestes, placares significativos e jogos de alto nível, sem dar nenhuma chance aos adversários.
Holanda despachou os EUA com fáceis 3 x 1, sem suar. Argentina vem se recuperando na copa, depois de perder para incrível Arábia Saudita, fez apenas 2 x 1 na Austrália, mas com muita autoridade e consistência de jogo, com Messi e os jovens, Enzo Fernández e Julián Álvarez
França foi espetacular contra a Polônia, 3 x 1, não deu nenhuma chance e com um grande futebol, envolvente, tendo em Griezman e Mbappé (grande craque da copa, até aqui) seus maiores nomes. A Inglaterra não tomou conhecimento de Senegal que prometia surpreender, mas não ameaçou ao grande jogo da seleção inglesa, com Keane fazendo gol e passes.
O Brasil precisou de 35 minutos e no melhor jogo dos últimos anos, fez 4 gols e se poupou para enfrentar a Croácia, atual vice-campeã do mundo, com seleção envelhecida, mas praticando um bom futebol.
Brasil mostrou um grande repertório com Vinicius Jr, o craque que pode superar Mbappé, Richarlison confirmando sua condição de ídolo, que luta por todas as bolas, uma dedicação que empolga. Neymar voltou, jogou bem, mas o melhor é que a seleção não dependeu dele.
O Brasil jogou sem laterais, mas a fraqueza da Coreia do Sul não fez medo. Marquinhos é o grande jogador, fora os atacantes, comanda bem atrás, Tiago Silva, tem sido seguro (sem choro), mas as constantes mudanças de laterais pode ser um problema, não contra a Croácia, mas nas fases mais agudas.
Portugal, fez o jogo dos sonhos, não apenas pelos 6 x1, foi impiedosa contra a Suíça e seu antijogo, de segurar o resultado, mas hoje estranhamente se perdeu, então Portugal, sem dependência de CR7, “deitou o cabelo”, jogo perfeito, bonito de se assistir, sem firulas mesmo com placar elástico. Espera-se que não caía no autoengano como Espanha que estreou fazendo 7 x 0.
Sexta, dia 09.12, a chave do Brasil que abre as quartas contra a Croácia, depois um super clássico que já foi final de copa, Holanda x Argentina. No sábado, 10.12, um jogo digno de final, França x Inglaterra, depois Portugal x Marrocos. Caso repitam as atuações, serão grane jogos, apontando para semifinais ainda mais forte.
É a magia do futebol que encanta e se reinventa.