Hoje, 24 de setembro de 2022, foi o dia de comícios de Lula e Haddad na periferia de São Paulo, nos seus extremos (Zona Sul e Leste), pela manhã, na Praça do Jardim Mirna, região sul, entre Grajaú e Parelheiros. Pela tarde, na Zona Leste, em Itaquera, Praça Brasil.
Saí de casa muito cedo para encontrar um grupo de companheiras e companheiros de movimentos sociais, especialmente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a enorme distância do centro de São Paulo até o Grajaú garantiu tempo para ótimas reflexões e troca de ideias, visões e perspectivas sobre o Brasil, um grande aprendizado e conhecimento de realidades tão distintas de quem mora em São Paulo.
Estava acompanhando um grupo de observadores latino-americanos, e conversei longamente com uma companheira cubana. Ela me dizia que não entendia porque tanta apatia, não parecia que estamos a uma semana das eleições e não via pessoas nas ruas, nem adesivos nos carros, parecia que nada acontecia, relatou das eleições chilena, equatoriana e colombiana, que os embates eram a tônica nas ruas e praças.
Disse-me que ficara impressionada com a organização do MST, sua firmeza e clareza ideológica, é um movimento exemplar para América Latina e para o mundo. Ela tinha conhecido um acampamento e ficou impressionada com a organização e o nível de debates, que em geral movimentos sociais se desgastam e perdem a força política com os anos, e o MST parece ainda mais sólido e forte.
Assistimos ao comício, as ótimas falas de Marina, Randolfe e Alckimin, um Boulos que tenta emular Lula, até na fala. Márcio França falou sobre as mulheres que já se decidiram para mudar o Brasil, de os homens demoram a acordar para a realidade.
Haddad falou sobre os trabalhos na periferia, o que o PT fez quando governou São Paulo, levou o bilhete único, criou corredores de ônibus, os CEUs, as políticas de transferência de renda. Haddad falou de Educação e da necessidade de oportunidade aos jovens, acesso à educação, ao lazer, à cultura e aos empregos de qualidade.
Alckmin parece cada dia mais à vontade nessa coligação, falou da necessidade de eleger Haddad, de como é importante ao estado de São Paulo estar conectado ao governo federal. Trouxe ao debate o Orçamento Participativo em contraposição ao Orçamento Secreto, as prioridades de gestão participativa para educação, emprego, renda e saúde, muito aplaudido.
Lula, falou de amor, de amor ao povo. É um comunicador incrível, transforma números que tem na cabeça em explicação simples, para que todos e todas entendam sua fala. Aliás, nada do que fala soa artificial, pois conhece a realidade, sabe o que é a pobreza, a miséria, a fome, mas compreende como poucos os desejos das pessoas comuns.
Entre uma explicação de crise, inflação, desemprego, diz que o povo ali, do Grajau, ou de Itaquera é chique, quer comer bem, quer carne, que picanha no churrasquinho, que aquela gordurinha fica saborosa na farinha. Que o minha casa, minha vida construiu 4 milhões de casas, mas que entre pagar 400 reais e a fome, é preciso comer. Deu como exemplo da mãe que leva os filhos ao supermercado e na hora de pagar, tira produtos porque o dinheiro não dar para comprar.
Depois disse que se eleito, não fará uma motociata com ricos, com motos caras, mas com os entregadores de aplicativos, aqueles que realmente precisam de apoio e ajuda, por empregos dignos, oportunidade de vida, inclusive comer a comida que eles entregam e não têm acesso a elas.
Convoca a todas e todos a votar, para irem às urnas, sem nenhum medo, para que o Brasil volte a ter esperança, pelo amor, não com ódio, de que não se precisa de armas, mas de comida, democracia e paz.
Ao final, a companheira cubana ficou emocionada com o que viu e ouviu, conhecer a periferia de São Paulo é um alento para lutar e vencer.
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