Era quase um folclore, piada, nos últimos anos, o debate sobre a questão do terraplanismo, de que a terra não era redonda. A Carta às Brasileiras e brasileiros em defesa do Estado de Democrático de Direito é a prova maior e definitiva de que a terra é redonda, circular, e ela não gira, capota.
É um documento que vai entrar para história por seu apelo na defesa da Democracia e das instituições, pela garantia das eleições, dos eleitos e dos processos políticos legítimos, com os resultados das urnas respeitados e de que estas são seguras e que em 26 anos de uso nenhuma fraude foi detectada, dando garantia e confiança às eleições, um exemplo de rapidez e eficiência, reconhecido em todo o mundo, menos pelo Bolsonaro.
Não obstante, é importante refletir sobre esses anos selvagens, e perceber que há uma certa ironia (histórica) de que hoje todos nós nos juntemos em defesa do Brasil, uma tentativa de repor o país nos eixos.
Há pouco mais de seis anos, parte dos signatários da Carta estavam assinando manifestos, fazendo atos públicos, artigos, que na prática rompiam com o Estado Democrático de Direito, no que tem mais de essencial, o respeito aos eleitos. Muitos se juntaram pela cassação de um mandato presidencial de uma presidenta, Dilma Roussef, eleita pelo voto popular, numa farsa denominada “pedaladas fiscais”, que o maior beneficiária dessa armação, GOLPE, o Sr. Michel Temer, diz candidamente que ela é “honestíssima, mas não soube se relacionar”.
O GOLPE de abril de 2016, que apeou Dilma da presidência, teve como impulsionadora, a famigerada Operação Lava Jato (boa parte dos signatários apoiavam e aplaudiam), que em dobradinha com a grande mídia, conspiraram contra Dilma e o PT, divulgaram áudios ilegais, por exemplo, criaram um clima e deu base a criminalização e escandalização contra Lula e o PT, logo em seguida, condenaram (Mídia e Lava jato) Lula, o impedindo de disputar as eleições de 2018, em que as pesquisas apontava-o como líder.
Na prática esses movimentos pariram Bolsonaro e sua trupe, que venceu as eleições e produziram esse 3 anos e 7 meses de absoluto caos, uma administração desastrosa, um presidente indigno, com comportamento desumano, que afronta as instituições, as pessoas, comete todos os dias crimes de responsabilidades, sem que lhe dessem um freio.
Até mesmo os maiores protagonistas da farsa do Golpe, hoje assinam a Carta, um silêncio ensurdecedor sobre os eventos recentes.
Obviamente que ninguém vai constranger ninguém, dia 11 de agosto de 2022, estaremos todos e todas na Faculdade de Direito da USP, pois há uma causa maior que nos reúne, que possamos dali criar regras claras para evitar que de época em época, estejamos emparedados por ameaças contra o país, sua soberania, sua democracia e suas instituições. Um compromisso contra todo tipo de GOLPE, tudo que fuja da regra legal e que não abra caminho para déspotas medíocres como Bolsonaro e outros.
Importante também nos unirmos, para que Lula vença no primeiro turno, não dando nenhuma chance para um questionamento ou movimentos contras as eleições. O Bolsonarismo se esvaziará com sua derrota e se houver um amplo campo de defesa da Democracia.
É o momento do BASTA!
Concordo com vc: dia 11 de agosto deveremos estar todos juntos para a leitura da nova Carta, agora Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do estado democrático de direito.
É importante também pelo simbolismo. É de notar que parte dos apoiadores bateu bumbo pelo golpe midiático/parlamentar que afastou a presidenta Dilma Rousseff em 2016. Mas assim é a política…
Creio que vc deve concordar, Arnobio, que a Carta, apesar das centenas de nomes estrelados, não será o suficiente para impedir a diuturna pregação golpista do nazifascista aboletado na presidência. Ações mais efetivas e concretas serão necessárias.
É o caso de perguntar: alguém se dispõe, de fato, a romper suas notórias ligações com a política do miliciano? Romper de verdade, tirar o apoio? A ver…