2130: A Terceira (ou Quarta) Via, de Bolsonaristas Envergonhados, pronta para voltar ao ninho?

A chapa terceira ou quarta via, bolsonaristas envergonhados, não arrependidos…

Seria engraçado, mas é trágico.

Setores do MDB e do PSDB vão lançar a tal terceira via, composta por quase todos de bolsonaristas envergonhados, mas nem tanto, com a perspectiva, inclusive, lhes garantir (a maioria) que vão votar no Bolsonaro sem culpa num eventual segundo turno das eleições presidenciais.

Aliás a tática para se forma a chapa (principal) da terceira via foi rocambolesca. Os tucanos eliminaram o seu candidato, João Dória Jr, que venceu as prévias do partido. O ex-governador de São Paulo renunciou ao mandato, assim como seu adversário das prévias tucanas, Eduardo Leite, que também renunciou ao governo do Rio Grande do Sul, alimentando a expectativa de ser o candidato do PSDB à Presidência da República.

Os tucanos perderam seus dois governos estaduais fortes, mesmo assim largaram o seu candidato, João Doria, que tinha 4% ou 5% de votos nas pesquisas, foram mais longe, não efetivaram o segundo colocado das prévias, por fim e, pior, aderiram à candidatura de Simone Tebet, uma medíocre senadora do Mato Grosso do Sul, que tem 1% de intenções de votos, sobrou aos tucanos a vice, com o decano Tasso Jereissati, senador pelo Ceará.

Conseguiram entender a lógica dessa implosão interna do PSDB?

Parece loucura, mas como dizia o bardo inglês, a loucura tem um método. Neste caso, afastar o arrogante João Dória, que traiu o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin em 2018, apoiando Bolsonaro antecipadamente. Entretanto, o assim chamado acordo Bolsodoria não durou o verão de 2019, percebendo a jogada futura de Dória, Bolsonaro tratou de freá-lo, colocando-lhe o apelido, de mau gosto, “Calcinha apertada“, jocoso e veladamente homofóbico, como sempre.

É preciso dizer que, João Dória, teve um comportamento decente na condução do enfrentamento da Pandemia, tanto ele, quanto vários governadores foram fundamentais para evitar que mais mortes tivessem acontecido durante o combate a Covid-19, é inegável. Reconhece-se que a ruptura da aliança Bolsodoria, também teve efeitos positivos na segurança pública e uma certa barreira para adesão aberta das policias ao bolsonarismo.

Intui-se, portanto, que João Dória, mesmo tratando o PT e Lula, como inimigos, no entanto, dificilmente (aparentemente) ele aderiria ao Bolsonaro num eventual segundo turno, assim, atrapalharia a tática da “terceira via” cativa ao candidato Bolsonaro, que tende a aderir ao Presidente num enfrentamento ao candidato Lula.

Ou seja, prefere-se passar vergonha com Simone-Tasso, mas negociar no futuro, do que ficar nas mãos de João Dória, mesmo com o claro risco da candidatura MDB-PSDB ter um traço nas eleições e ficar atrás de candidatos nanicos, nenhuma novidade para o MDB, que na eleição de 2018, Henrique Meireles teve 1,20% dos votos válidos, atrás do Cabo Daciolo.

Por fim, mesmo com partidos grandes como MDB e PSDB em franca decadência nos embates presidenciais, conseguem ainda ter força regional, de velhas elites regionais, que usam de suas máquinas e continuam elegendo e influenciando no congresso, especialmente no Senado, tornando-se mais forte o poder diante de um candidato presidencial no segundo turno.

Ciro, não conseguiu, mesmo com seus 6% aos 9%, que a terceira via se formasse em torno dele, por quê?

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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