Ainda sob forte emoção com a notícia da morte da querida companheira Rosa Fonseca (Rosa Fonseca, Presente! Hoje e sempre!) estava no metrô quando recebi a notícia, fui tomado por um sentimento de dor, tristeza, uma perda tão grande, que quase fui para casa, mas decidi ir, minha forma singela de homenagem à memória da minha mestra das ruas, das falas e da coragem de enfrentar o Estado. Estávamos lá, representando a Comissão de Direitos Humanos do Sindicato do Advogados de São Paulo (SASP), seis advogados e advogadas, mais três de sobreaviso.
A manifestação convocada por entidades e movimentos negros, como a Coalizão Negra por Direitos, Movimento Negro Unificado, Uneafro, entre outras, por um BASTA À VIOLÊNCIA POLICIAL, especialmente pelo caso de Genivaldo (Estado de Direito – Caso Genivaldo: a perversidade da farda) e das mortes da Vila Cruzeiro no Rio de Janeiro, da repressão e morte na Cracolâdia, cujos elementos comuns, da violência policial, são: Pretos, Pobres e Periféricos.
As vítimas da Necropolítica, do genocídio promovido por estados nacionais nas periferias, cada vez mais próximos do fascismo, com o Estado de Exceção quase como como uma regra de funcionamento, em particular, após o advento do Ultraliberalismo e do controle absoluto das consciências via Redes Sociais e mídias.
Então é importante demais dar Vivas à todos e todas que estiverem presentes no ato de exigência de #JustiçaporGenivaldo, pela garra, pela coragem, numa manifestação de vanguarda da vanguarda, que foi de pura comoção e de muita emoção, tristeza, choro doído, das falas, dos recortes e as dores expostas.
Um sentimento particular, meu, branco, privilegiado, foi o da ausência, pois nem a vanguarda (branca) parece que se comove mais com as tragédias, como a de Genivaldo e outras, normalizamos e assimilamos o MAL, o Estado banalizou o mal e a violência.
Claro, que todos e todas têm suas razões de não terem ido, nossas vidas massacradas pelo capitalismo nos obriga a longas jornadas de trabalho, mas a morte de Genivaldo precisava nos tocar mais fundo, no indignar.
Foi lindo ver seu Milton Barbosa, a dona Regina Santos, de idades avançadas, mas nas ruas, ali, firmes, são figuras que impressionam pelo tempo e compromisso com a causa.
É bonito de ver os jovens, como Douglas Belchior (pré-candidato a deputado federal -PT), as vereadoras do PSOL: Luana Alves, Paula Nunes, a deputada Mônica Seixas (PSOL), que estavam no ato, sob a benção dos mais velho e vão continuar a trajetória de luta. O discurso de arrepiar e nos perdi socorro, da enorme Katiara de Oliveira, da Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio. A fala da senhora Maria Cristina, uma das mães de uma das vítimas de Paraisópolis que nos fez chorar coletivamente.
Estamos surdos?
Poor onde a vanguarda, as lideranças, os deputados (as), os vereadores (as) com mandatos populares?
Nada mais nos fará sair às ruas, só respostas via redes sociais, é o novo padrão de indignação?