Daqui a 10 dias o quadro político ficará mais definido, com as renúncias ou não de futuros candidatos. Os governadores que pleiteiam concorrer ao Senado, Flávio Dino, Camilo Santana, por exemplo, ou à presidência da República, Eduardo Leite e João Dória Jr, o que dará uma visão mais clara do que serão as eleições de 2022, especialmente a corrida presidencial.
As candidaturas postas hoje são do ex-presidente Lula, de Bolsonaro (reeleição) e do ex-governador Ciro Gomes. Ainda há dúvidas se o ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro, Sergio Moro, será realmente candidato, além dele, a candidatura do governador de São Paulo, João Dória, é incerta, os baixos índices eleitorais de ambos, a falta de estrutura de campanha e, até agora, a terceira via que não decolou.
Essa semana se especulou um encontro entre Ciro e Moro, pode ser apenas desejo midiático para insuflar uma terceira via, mas seria um estranho arranjo, apenas o ódio ao Lula os uniria? Ambos flertaram com o MBL, o movimento branco de extrema-direita, que teve grande papel nos ventos golpistas, com barulho e nas ruas, mas principalmente em redes sociais.
A candidatura do ex-presidente Lula que lidera todos os cenários eleitorais, alguns com possibilidade real de vencer no primeiro turno, noutros com disputa mais acirrada, indo ao segundo turno (cenário mais provável). A cada dia está mais próximo o acordo para o ex-governador (ex-tucano) Geraldo Alckmin seja o indicado para vice, numa aliança com o PSB, atual partido de Alckmin, aliás, o PSB de São Paulo sempre foi linha auxiliar dos tucanos, mesmo quando a Deputada Luiza Erundina era um dos quadros do PSB.
São Paulo apresenta um quadro eleitoral bastante interessante para o PT, com a candidatura do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Ontem, 21.03.2022, Guilherme Boulos (PSOL), que tinha bons índices nas pesquisas para governador, retirou sua candidatura, anunciado que disputará uma vaga na Câmara de deputados, provavelmente terá grande votação, levando pelo menos mais 3 deputados (as) do PSOL ao congresso, ajudando o partido a se manter no quadro político, pelo risco da cláusula de barreira, PSOL e Rede negociam sua federação para eleições.
A saída de Boulos da disputa deve favorecer a candidatura de Haddad, que aponta como primeiro colocado, também favorecido com a ida de Alckmin para vice de Lula. A maior incerteza do quadro eleitoral de São Paulo é se João Dória disputará as eleições como candidato à presidente ou à reeleição. No segundo cenário, entrará como favorito, a máquina tucana, sob seu controle, vence em São Paulo desde 1982, com Montoro, diretamente como PSDB, desde 1998.
As disputas estaduais serão fundamentais para um futuro governo Lula, pois significa apoio locais e formação de bancadas, pois estas são mais ligadas às disputas nos estados, o melhor desempenho para os governos podem garantir uma forte presença congressual, inclusive é essa a lógica de uma aliança com PSB e Alckmin, garantir governabilidade e estrutura para reconstruir um país destruído por Temer e Bolsonaro.
São cenários iniciais de uma eleição que promete ser duríssima, sem os ventos neofacistas, do ódio ao PT, mas ainda bastante difícil, a estrutura do governo federal, o nenhum pudor da fãmilícia usar a máquina federal, além da máquina da guerra suja de internet, com apoio dos grupos fascista do mundo inteiro, capitaneados por Trump e Bannon.
É uma eleição com grande repercussão mundial. Estejamos preparados e preparadas.
À luta!