A vida é estranhamente complexa, injusta muitas vezes, quando se chega ao auge da sua capacidade intelectual, com pressuposto de que se teve acesso ao ensino, mesmo quando não teve o acesso pleno, a maturidade que lhe permite ver as coisas com mais amplitude, imediatamente vem a decadência, é tudo muito rápido.
Há uma certa lógica nesse sentimento de que o tempo “voa”, a proporção do tempo quando se passa zero para um ano, é um tempo enorme, na ordem de 100%, de um para dois anos, depois dois para três, e subsequente, o tempo parece não passar, lá pelo 10 anos começa o desejo de se chegar aos 15, depois ao 18, e o tempo começa a correr. De 20 para 21, a ordem é 5% da idade, a sua noção de tempo passa a mudar.
Aos 40 anos pensamos que estamos dominando o tempo, e há uma ideia de que o tempo por mais rápido que passe, e passa mesmo, pensamos que tudo isso não afeta nosso poder, vigor e vitalidade, mas os avisos mais aparente, darão recados inequívocos de que estamos no auge, que é aproveitar e viver, temos a segurança da experiência intelectual ou laboral, nem os primeiros cabelos brancos assusta.
Aos cinquenta a vida dobra a curva e, definitivamente, percebe-se que de 30 para 40, foi um terço dos anos vividos, mas a década seguinte já representa 25% do tempo vivido, De 50 aos 60 anos, cada ano é um proporção de tempo tão curta que efetivamente o relógio interno liga mais alto o alerta, de que o tempo “passou”.
Vem à mente de que nenhum grande projeto parece fazer mais sentido, pois o tempo para frente é menor, ou potencialmente menor, do que foi passado, os reflexos, o ambiente cruel de trabalho/produtividade tem seu preço cobrado ao extremo.
Chega-se a outro paradigma de que o tempo para si, a consciência dele, vira uma enorme pressão, sente-se vivamente que tempo passa rápido demais, enquanto se olha para uma criança, filho ou neto, o mesmo tempo é longo, mas, ao mesmo tempo, como pode ser tão rápido para nós mesmos?
Olhando mais amplo, que nosso momento num planeta de 4 bilhões de anos, não somos NADA, entretanto, quando pensamos na nossa vida, ela é longa, ou seja o ponto de referência, pois quando penso em 1989, parece tão distante, mais ainda se pensar no ano 1 da “era cristã”, é uma distância enorme, nem dar para imagina 10 mil, 50 mil, 1 milhão, muito menos 1 bilhão de anos!!!
É o tempo, somos nós.