Fiz uma caminhada para recuperar o fôlego, sentir o calor, o vento, a brisa, o sol e refletir sobre a vida, as questões que teimam em me assustar ou seria assombrar. A conversa com um amigo cujo filho teve recidiva de leucemia, bateu forte, a aflição que passei por tantos anos, veio.
Acima de tudo, tem a necessidade de ser solidário e ajudar, naquilo que estiver ao meu alcance, visto que por tantas vezes caminhei perdido, sozinho, o desespero sem poder dividir com ninguém, sem demonstrar fragilidade, incerteza, é um filme rebobinado, com um final conhecido, doído.
Aliás, o relógio do tempo é implacável com todos, não nos permitindo voltar, nem mesmo um segundo que seja, reviver algo, dando oportunidade de mudar por um triz algo, ou simplesmente rever. Nada disso, o tempo passa de forma inexorável, o nosso tempo é menor do que o vivido, ou pelo menos nas melhores condições dele.
Por oito quilômetros, uma hora e meia, músicas, e andar por aí, ouvindo velhos stands, quem sabe acalmar ou apontar um norte, porém o escurecer vem cedo, a luz frágil, foi tomando conta da cidade e dos pensamentos, cada vez mais vagos, imprecisos e nem a Vésper conseguia alumiar, nem mesmo ideias.
Escrever o vazio é o sentido de urgência, do tempo que se foi e nem percebi, o hoje, vira ontem, a escuridão da lua, vence o sol, que voltará, não mais o mesmo, sem nenhuma chance de dizer o que não é mais.
Os registros são pelas incertezas de que pode não existir o amanhã, façamos o presente, mesmo que imediatamente ele vire passado.
Melancolia!
Vamos acabar com essa lamentação! Vamos levantar o moral porque a vida continua e nós não temos tempo de parar nem de sermos melancólicos.
Estamos em pleno aniversário de 100 anos do senhor Leonel Brizola e veja a reforma que fizeram no ensino médio.
Isso é para dar raiva! « urrou de raiva a cuica roncou de fome. A fome tem que ter raiva pra interromper. A fome e a raiva é coisa dos zome ».