1962: Lula e a retomada da Iniciativa Política pela Esquerda

Lula e Mano Brown um papo reto sobre o Brasil possível.

Pela primeira vez, em 10 anos, a Esquerda volta a pautar os debates e está na iniciativa política, e o grande responsável é o ex-presidente Lula. Depois de ser dado como morto, preso, humilhado e difamado, esse homem extraordinário ressurge como a Esperança por um Brasil diferente, e isso não é pouca coisa.

Escrever sobre o ex-presidente Lula e dizer sobre sua genialidade política, não passa de uma obviedade, ainda que nessa época tenebrosa, não custa repetir determinadas afirmações, dizer o óbvio uLULAnte. Quando se imagina que Lula chegou ao seu auge, ou que chegou ao seu outono, ele nos surpreende.

A incrível maturidade política de um dos mais completos políticos que o Brasil já produziu, sua capacidade de compreender o país, sua visão ampla, alinha o conhecimento superestrutural, o comportamento do Poder da classe dominante, ao mesmo tempo em que traz no DNA as suas origens dos de baixo.

As últimas entrevistas que Lula deu, foram simbólicas, a primeira para o podcast do Mano Brown, uma aula sobre a vida, as quebradas e o papel que ocupam na sociedade, um diálogo absolutamente desconcertante, quem consegue falar com um Obama e um Mano Brown com a mesma ferve e a mesma empatia?

Depois Lula mostrou que não deve nada aos que pensam que ele está ultrapassado que não sabe se comunicar pelas novas plataformas, com os youtubers, via podcast. Lula foi absurdamente bem na conversa no PodPah, papo reto, descontraído, como numa mesa de bar e surpreendeu aos dois jovens apresentadores, Igão e MiTIco, ao aceitar e debater com eles sem nenhuma reserva.

Lula, ontem, 19 de janeiro, deu uma entrevista coletiva aos jornalistas de mídia independente, aqueles que buscam levar notícias com mais crítica e mostrar outro lado das informações. Jornalista experientes, com cortes políticos diversos, com uma pegada mais crítica, de confrontar teses, inclusive, as de Lula e do PT, com franqueza e fraternidade.

Lula mais uma vez deu o melhor de si e nos deu uma sensação de vigor intelectual e físico, de que está disposto a lutar como nunca, não apenas uma campanha eleitoral, mas pela reconstrução do Brasil. Lula não deixou pergunta sem resposta, aliás, ampliava as respostas, contextualizando, trazendo mais informações do que foi perguntado.

Entretanto, o maior legado que Lula dará à Esquerda e à Democracia, é a sua capacidade de injetar esperança de um Brasil possível, diferente da hecatombe que se abateu sobre o país, nesses últimos 9 anos, desde as famigeradas jornadas de junho de 2013.

A Esquerda voltou ao jogo, está sendo o centro da iniciativa política, porém não podemos esquecer o quanto o Brasil retrocedeu institucionalmente, não será uma tarefa fácil e nem de que não haverá grande resistência, as grandes mudanças precisarão de uma ampla costura com o Centro e com a Direita que aceitam a Democracia e a Política, como o Norte da reconstrução.

Lula é parte central da recomposição, mas não se pode secundarizar o tamanho da tarefa, este governo será um Unidade Nacional, ou de Salvação Nacional, a depender do embate e do que Bolsonarismo e Lavajatismo, forças da extrema-direita ainda tenha de energia e capacidade de eleger representantes ao Congresso.

A discussão da vice-presidência se submete à compreensão do tamanho do rombo no casco do Titanic, de como as instituições foram arrebentadas, a cena democrática ficou caótica. A política de aliança que possa pacificar o país, trazer uma trégua para que a Democracia seja plena, que a atividade Política não seja mais criminalizada, são tarefas hercúleas.

A Esquerda conseguirá por si cumprir essas tarefas? Não dependerá de um acordo com a Direita? Lula prescindirá de Alckmin? A questão não é de votos, mas de mensagem ao Poder Econômico e dos compromissos para retomar um projeto de pais, oposto ao Ultraliberalismo, isso precisa de votos no Congresso e debate na Sociedade.

Ao debate,

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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