1933: Não Olhe Para Cima

Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence: Dois grandes nomes da nova geração do cinema, num grande filme.

“Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei”. (João,25)

“Não olhe para cima” (Don´t look up) é uma grande reflexão sobre a sociedade fake que a humanidade construiu, ou melhor, o impasse geral de que tudo pode ser relativizado, mitigado, não havendo mais nenhuma verdade perene, nenhum valor científico, histórico e filosófico, uma negação estúpida da realidade que avançou de forma avassaladora sobre homens e mulheres no planeta.

O filme é uma crítica ácida desse momento terrível que a humanidade atravessa, o roteiro e a direção, são de Adam McKay, que tinha feito dois grandes filmes recentemente. Um sobre Dick Cheney (Vice) e os anos pós-11 de setembro, o sombrio Vice-Presidente dos EUA, gestão de George W, Bush, e o outro  sobre a crise de 2008, A Grande Aposta. Ambos extremamente críticos ao ultraliberalismo.

Esse novo filme de Adam McKay, com grande elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett, Rob Morgan. Vai mais fundo na crítica aos EUA, naqueles dois outros filmes de Adam, a realidade dos EUA é tratada do ponto de vista da Economia e Política, as fraudes e como a alta administração do país, usou as duas grandes crises para aprofundar o fosso social, enriquecer ainda mais os bilionários.

Agora, nesse novo filme, parece um fechamento de uma trilogia do desastre humano,  nesse trata da ruptura completa da política e do Estado, o simulacro de democracia e a alienação completa do que acontece.

Poderia ser sobre a pandemia, a polêmica sobre a vacinação, ou mesmo uma hecatombe, de um cometa que venha destruir tudo, nada disso sensibilizaria a humanidade, vive-se sob a ordem da Negação, como escape da realidade, dos valores e da vida.

O que o mundo experimenta desde dezembro de 2019, com a Covid-19, com a insensibilidade dos governos neofascistas, ridicularizando os alertas científicos, ou antes, sobre a questão do clima, é uma marca de uma época em que o acumulo capitalista necessita de uma realidade distópica, autoritária e opressiva, para sua reprodução.

Para tanto, em outra mão, não se pode ter nenhuma racionalidade, a alienação é o norte, para que não se tenha nenhuma defesa contra a perda de direitos e ao mesmo uma docilidade para aceitação da uberização da vida e de todas as formas de trabalho humano, a opressão do capital exercida e comandada por algoritmos, apps, fakenews e boçalidades.

É uma reflexão necessária, incômoda e radical. Todos os elementos da ficção que virou a nossa realidade estão colocadas, sem nenhuma concessão, é porrada do início ao fim, apocalíptico e sincero.

Vale muito.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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