Meu saudoso amigo Lufeba (Luiz Felipe Araújo) quando chegava a sexta-feira, sempre me incentiva para que publicasse a “música da sexta”, ou uma resenha de filme, de um livro, o que era um momento de leveza, especialmente nos anos funestos de 2013 a 2016, em que apanhamos violentamente, inclusive da esquerda de verdade, com a onda neofascista que se iniciava, parte de nós, achava que era “revolução”, alguns chegaram a apoiar a lava jato.
Lufeba, nunca vamos esquecer de ti, meu velho.
Ele era uma das figuras mais lindas e carinhosas que conheci na vida, um carioca da gema, um intelectual orgânico, com uma trajetória de vida espetacular, da vida em Portugal, Angola e no Brasil. Um militante político, com uma visão de mundo e principalmente extremamente solidário, capaz de gestos inesquecíveis, como suas visitas aos amigos em São Paulo em momentos terríveis, no meu caso, após a perda de uma filha.
Lembrar de Lufeba, numa sexta, com dia perdendo o brilho do sol, a sensação de melancolia, as lágrimas veem com a saudade deste amigo tão querido, de todas as nossas conversas, cheia de graça, de humor, as provocações no twitter, em particular sobre futebol, o ex-botafoguense que virou Flamenguista, era algo insólito e muito engraçado, ele pegava no pé dos amigos, provocava, com fina galhofa.
Ah, quanta saudade, meu bom, a vida perdeu um pouco da graça com sua ausência.
Escrever em sua homenagem é sempre um prazer, ouvir músicas, compartilhar, debater livros, os filmes, as visões, suas preciosas indicações.