“Toda teoria é cinza, verde e frondosa é árvore da vida” (Goethe)
Há dias em que penso em escrever alguma coisa, há outros que penso em deletar o que não escrevi e até o que escrevi.
Sentimentos ambivalentes, que revelam muito o que há em mim, ou o que havia em mim, e que não sei mais se por acaso um dia retomaram. Destarte, a dialética da vida se mostrou muito cruel, ou parte dela não se cumpriu, pelo menos integralmente, o rude pensar, escrever, não responderão o que realmente se busca saber.
Dessas coisas estranhas que os fatos e fados da vida vão nos surpreendendo, como livros completos, ou que suas páginas foram arrancadas, outras se apagaram, mais, muitas ficaram em branco, e apenas uma frase a lhe dizer: “O resto é silêncio”. Essa frase que fecha um grandioso tratado humano iniciado com: “Quem está aí?”
É o mistério da existência que é visto de trás para frente, mas que pode ser lido, da forma corrente, do início ao fim.
Ora, “Quem está aí?”, pode e dever ser cada um de nós, não há alguém específico, mas é um convite para pensar, sobre quem vem, quem se apresenta, o que é, o que veio fazer a este lugar. É quase uma certeza de que para tudo há uma pergunta fatal, que esta nos ajuda a conhecer aquele que vem, que se aproxima, que quer entrar na história, ou para a história, anônimo, ou não.
Depois de todas as aventuras, ou desventuras, apresentando-se ao que já estavam, desenvolvida toda a trama, o fio de Ariadne já rompido, os percalços do labirinto, da mente, as elucubrações, as especulações vãs, no mar de incertezas, valentes ou covardes, partirá de vir, cumprindo um ciclo que se fecha pelo Silêncio, pois
“O resto é silêncio”.