“Perdida toda a sombra de esperança!
Em vez de nós, expulsos, exilados,
Criada já existe a prole humana,
Prazer novo de Deus, e este amplo Mundo
Para morada deleitosa dela”
(Paraíso Perdido – John Milton)
Domingo é o dia do “ato penitencial”, o dia do arrependimento, daquele sentimento de culpa, seja do que seja, talvez venha dessa introspecção a razão da melancolia desse dia, Durante a manhã, acordar depois dos excessos da sexta e sábado, para buscar o “perdão” (não importa, culto, religião), o almoço é mais tarde, a sesta, o futebol, aí vem aquele banzo.
Por essa razão, sendo livre de culpas e pecados, do ponto de vista religioso e religiosidade, a reflexão invariavelmente para as ações do dia a dia, as relações interpessoais, as interações com o mundo, com os amigos, com as pessoas em geral. Nem sempre encontro uma explicação certa sobre determinados fatos e situações complexas que enveredamos na semana e na vida.
Nem sempre o “balanço” é positivo, mas seguimos em frente, sabe-se lá para onde.
Cada vez percebo que estou mais forte e firme na defesa de algumas teses que são centrais na minha vida e sobrevivência, entre elas, os Direitos Humanos (Eu sou “desse pessoal dos Direitos Humanos“) como forma de defesa da vida e da dignidade humana, inclusive a minha.
Por outra mão, faz muito tempo que não tenho nenhuma preocupação em carregar a verdade e a certeza, de que detenha o conhecimento e que a razão esteja comigo. Nesse bojo, nem me lembro mais de que, por longo tempo, mudaria as pessoas, que elas iriam pensar como eu, nada disso, aprendi que a melhor mudança é mudar a si mesmo, eventualmente alguém terá ideias comuns e juntos lutaremos por essas ideais.
É parte de minhas reflexões combater as minhas vaidades, as minhas pinimbas contra coisas, grupos e personagens. Rever as minhas idiossincrasias, as minhas esquesitices que muitas vezes me fazem perder o prumo, ou não ser o que sou.
Mas essas manias e vícios são parte de nossas contradições e defeitos normais e humanos, não quero saber de redenção, absolvição, perdão de pecados, apenas viver, com dignidade.
Bom domingo.