1846: Efeito Borboleta e a Pandemia

O Caos vem do efeito borboleta, assim como a Pandemia.

Tateamos os sentimentos e as convivências possíveis em situações extremas como a única saída para sobrevivência coletiva, e, quem sabe também a individual.

Escrever no meio de uma guerra é um exercício complicado, cheio de medos de que o que se publica tem fundamento, se é uma visão total, ou se é apenas uma parte pequena e irreal, longe dos fatos vividos. É sempre um risco que corremos ao se empreender num debate como esse, de uma realidade tão complexa, em que as saídas são bem reduzidas e se fecham rapidamente.

Vive-se no limiar de uma época, depois disso, se houver um amanhã, ele não será nem de longe igual ao que se pensava ser vida real de ontem. Alguém pode dizer que já houve maiores crises humanitárias e mais letais, como a peste, a gripe espanhola, as duas grandes guerras, e, por tensão constante, a chamada guerra fria que poderia desaguar numa hecatombe nuclear.

Ora, pensemos juntos, a peste “negra” durou cerca de sete anos, com milhões de mortos, quase um terço da humanidade sucumbiu, o que sem dúvida causou profundas mudanças na vida na terra e nos destinos do planeta, que era atomizado, sem o grau de interação, proximidade, conexão com o presente.

Os números de mortos da atual Pandemia parecem minúsculos diante da destruição de vidas da Peste ou da Gripe Espanhola, das duas grandes guerras mundiais.

A grande diferença é a complexidade da vida atual, as repercussões dos fatos e a velocidade com que eles se apresentam em Seul ou no Oiapoque, em Madri ou em Tijuana. Em segundos esses eventos distantes são expostos e todos nós a eles, uma relação de urgência, ansiedade e sofrimento, numa proporção jamais vista, os sentimentos se aproximam numa mesma batida de asas das borboletas.

É isso que torna a sensação de torpor permanente e que nos cansa, estressa, quase sempre nos levando ao beco sem saída, olhamos constantemente para o abismo, e a recíproca é verdadeira.

 Save as PDF

Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

Deixe uma resposta