Yo te llevo dentro, hasta la raíz
Y por más que crezca, vas a estar aquí
(Hasta la Raiz – Natalia Lafourcade)
Por mais que tente não pensar e lembrar de Letícia no dia a dia, em algum momento, é maior do que eu e ela fica sorrindo aqui ao lado.
Parece bom, doce, deveria ser mesmo bom (deve ser) ter essa lembrança acompanhada, não obstante, dói demais, muitas vezes é desesperador, só me resta chorar, as lágrimas caem do nada, a voz não saí, trava tudo, tudo mesmo, fisicamente o corpo responde com um cansaço repentino, que só a muito custo retomo o que estou a fazer, recuperar o fôlego.
Escrevi recentemente sobre a formatura da turma dela de Odontologia na USP, provável, não é certo, pelo ótimo desempenho dela, que estivesse junta dessa turma tão especial e querida, a carta que ele nos mandaram é toda amor e doçura, sinto como a Letícia era amada e querida por ele, e em todos os lugares em que ela conviveu, espalhou sua enorme luz.
Estou, nesse dia 18, mais uma vez em Fortaleza, como nossos parentes, minha mãe, irmãos sobrinhos, a recém-nascida, Catarina, sobrinha-neta, a primeira parente próxima que nasceu após a partida de Lelê, o que nos encheu de esperança e amor, por ela nos devolver a vida.
Aqui, em Fortaleza, lugar que a Letícia tanto amava, a casa da sua tia Bené, as coisas que ela fazia com a tia, os primos e primas. Por onde andamos há uma presença dela, uma loja de roupas, uma sorveteria, um restaurante, os almoços coletivos da família.
É óbvio e natural que ela seja parte da vida pretérita de todos eles, uma lembrança tão linda e feliz, isso nos acalma e nos enche de orgulho do que ela foi para eles.
A vivência nossa, pais e de Luana, é de presença/ausência, dificilmente será pretérita, não porque desejemos, apenas porque acontece, não temos como fugir dessa realidade.
Mais um dia 18.
Te amo todos os dias!!!