Meus Sentimentos, Meus Pêsames.
As duas formulações acima, de pesar e dor, são as mais repetidas no momento, seguidamente, todos os dias, todas as horas, quase a todos minutos. Elas são abundante em todos os idiomas do planeta, nas redes sociais abertas, Facebook, Twitter, Instagram e outras, como nos comunicadores privados, como WhatsApp , Telegran.
Reflexo de um tempo cruel e com todas perdas. A dimensão humana se aproxima do nada, um sopro apenas, um poeira no universo, a gota do oceano. A fragilidade da vida está sendo exposta a cada instante, o volume incrível de mortes, doentes, sequelados pela Pandemia, deixará marcas indeléveis na humanidade, pois o registro sobre essa tragédia é coletivo.
A monumental obra de Boccaccio, Decameron, que conta o “isolamento” daqueles jovens durante a peste na Itália, é um dos grandes registros de uma época, que não perdeu e veio até nós, com toda a maestria do poeta e suas estórias, nos levando a uma época terrível.
A época atual pela facilidade de comunicação, registros em redes sociais, as conexões inimagináveis, em poucos minutos se sabe dos números e histórias da Pandemia nas Filipinas, nas ruas de Quito, em Delhi, ou em Moscou. Nas ruelas das comunidades do RIo de Janeiro ou de São Paulo, onde além do vírus, a fome, a miséria e a violência explodiram, sem que se saiba onde se vai parar.
Uma naturalização, aceitação, impotência, covardia, diante da morte e do Genocídio praticado, por exemplo, no Brasil por um indecente presidente GENOCIDA e por seus sócios ministeriais na carnificina, risonhos como se nada estivesse acontecendo.
Para além da explosão de miséria, a unidade, o homem, a mulher, o ser humano, se reduz e se mostra pequeno.
As bilhões de histórias contadas por números, ao vivo, criam um caldo de cultura funesto, triste, um mundo banhado de sangue e de vidas ceifadas por uma guerra invisível e visível pelos números, quase nunca contados por histórias reais, concretas, como se não desse tempo, ou não fosse importantes, apenas quantidade e volume, frias estatísticas em que a dimensão humana desaparece.
Repetir a frase é como um ato de solidariedade, mas de tanto se repetir, virou rotina, formalidade, um quase “bom dia”, “Como vai?”. As frases comuns do cotidiano.