A humanidade está chegando ao seu impasse final: Civilização x Barbárie.
A incrível capacidade produtiva mundial de bens e serviços, cada vez mais sofisticados, com a enorme produção de riqueza, mas esta tem como limite a apropriação privada, ou para quem se destina toda essa série de espantosos avanços científicos e tecnológicos.
Há o fenômeno de “seleção natural” de autofagia entre milionários, que resultou em bilionários, na luta interna destes, por mais concentração de riqueza, surgiu o clube exclusivo dos trilionários. Essa concentração tem como eixo o poder do capital financeiro, um punhado de bancos e famílias controlam empresas transnacionais com valor maior que PIBs de países inteiros com milhões de habitantes.
A hiper concentração de riqueza desenfreada produziu na outra ponta um número de bilhões de pessoa na mais absoluta miséria. São pessoas expulsas do mercado de trabalho formal e até mesmo do informal.
A grande classe média americana e europeia estão indo pelo ralo e morrendo seus sonho de participação nesse bolo maior, ou com fatias menores. A grande crise de 2005/2008 levou à bancarrota da classe média americana, que foi esmagada com a quebra do sistema de hipotecas lastreadas em papeis “podres” de agentes financeiros corruptos.
A nova realidade econômica erguida pós-crise fez mudar radicalmente o conceito de Democracia e Política, que serviam de mediação no Estado, para que houvesse um certo equilíbrio e distribuição de renda, impostos e regulação, de certa forma mitigado o poder esmagador do Capital Financeiro.
A ruptura do Estado rumo ao ultraliberalismo, com ataques à Democracia, tornada idelogicamente como a grande culpada pela crise, por outra via, de que apenas liberdade econômico é que fará a justiça social. O que redundou, nos anos de 2010, a formação de governos autoritários, francamente estúpidos, contra o povo, mas com apoio popular.
Essa flagrante contradição é a marca do caos e barbárie em que se vive.
O que se denomina “Necropolítica” como forma principal de ação política do Estado, mais repressão, violência, guerra regionais e conflitos locais, internos, contra parcela de suas populações. De certa forma Necropolítica sempre esteve presente nas políticas de impérios, não nos parece uma formulação nova ou que responda à realidade de enfrentamento da luta de classes.
A possibilidade de destruição em massa se deu pela construção da fabulosa máquina de guerra, por exemplo, com ogivas nucleares com capacidade destruir toda a vida do planeta, não satisfeitos, ou melhor, para satisfazer uma parcela do capital e seus lucros, da indústria armamentista, o mundo convive com cerca de 30 mil bombas nucleares, quando não mais dez daria conta da hecatombe.
Nessa lógica repressiva, juntaram às forças militares tradicionais, sofisticados aparelhos de controle e monitoramento de atividades sociais, políticas, bem como formas rápidas e letais de ataques dentro ou fora dos países que comandam a ordem econômica do planeta. Tudo isso submetido à ideologia central, o Ultraliberalismo.
O Poder efetivo, econômico, impôs uma série de restrições ao Poder Político, para recomposição de suas taxas de lucros, era preciso desmontar o Estado, trazer para o setor privado funções essenciais, tornar a política mero exercício retórico sem nenhuma capacidade mudar a vida das pessoas, em particular dos mais vulneráveis.
O Ultraliberalismo, para além da economia, tem intervenção política que se dá em dois níveis: De um lado trabalha na desmoralização da política pelo aspecto ideológico, de que a política e políticos são incapazes de produzir mudanças reais, na outra mão, a criminalização direta da forças políticas, ataques aos sindicatos, partidos, organizações da sociedade civil, esse contexto encontrou no judiciário seu principal caminho.
É essa a realidade do Apagão Civilizatório, da redução dramática de direitos sociais, trabalhistas, previdenciário, um ataque sem precedentes aos Direitos Humanos e fundamentais de subsistência, isso tudo numa época de produção abundante de riquezas.
Como resistir?