Amanheci ouvindo velhas canções clássicas, em interpretações espetaculares, Unchained Melody e How Can You Mend a Broken Heart, com Al Green, Changes, com Charles Brandley e I’d Rather Go Blind, com Etta James, as potentes vozes negras, jazz, soul music e a capacidade inventiva de recriar, improvisar, dão mais emoção a cada uma delas e que tanto me encantam.
Em geral gosto de reinterpretações, as leituras diferentes de grandes músicas, pois assim elas parecem renascer, um frescor, é uma oportunidade de que outros públicos possam ter acesso bem diferentes, o que colabora nesse diálogo fundamental de sons e vozes.
A coincidência de hoje é que acordei lembrando de Unchained Melody, ela estava na cabeça, uma propaganda de um filme (não era Ghost), essa versão do Al Green, até hoje é insuperável, aliás, no mesmo show, num canal de TV, ele enfileira dois clássicos em interpretações insuperáveis. Aliás, How Can You Mend a Broken Heart, ouvi no filme grandioso “O Livro de Eli“, um dos melhores do Denzel Washington.
As boas fontes de releituras de grandes e surpreendentes músicas são os filmes, no meu caso, passo a gostar mais desses filmes, quando as músicas são trazidas, quando elas se encaixam no contexto da trama, ou viram referência/reverência musical.
As músicas nos filmes, reinterpretadas, criam sensações de déjà-vu, pois acabo associando as imagens/sons a coisas já vividas, sob aquela música, muitas vezes, retorno ao momento em que as ouvi pela primeira vez, É puro encantamento e prazer.
Nesses dias vi o filme sobre Tim Maia, as suas músicas, como elas aconteceram, a criação, a genialidade e domínio completo, consciente do que fazia, numa cena (provável que tenha acontecido), Tim tenta mostrar uma balada soul que ele fez para Roberto Carlos, porém o Rei não queria balada, queria algo dançante, Tim insiste, Roberto recusa, Tim acaba atendendo Roberto e não mostra mais a música, aquela que talvez seja a maior canção de Tim: Você.
Sigamos, com muita música.