“Do infinito a amplidão confins recebe.
À sua voz segunda as trevas fogem,
Brilha a luz, ordem da desordem nasce”. (Paraíso Perdido , John Milton)
Venho trabalhando intensamente desde junho de 2013 para compreender os vários significados, quais os signos e os fenômenos trazidos à políticas pelas manifestações no Brasil daquelas jornadas. Neste blog há pelo menos uns 50 artigos que tratam do tema, fruto das reflexões e debates com pessoas que estiveram nas manifestações e de interações nas redes sociais (em especial Facebook e Twitter). Algumas conclusões foram bem claras:
1) Há um centro controlador e propulsor de todas as manifestações e revoltas no mundo, da “Primavera Árabe” à Ucrânia, passando pelo Brasil e Turquia;
2) As revoltas foram capturadas ou melhor geraram uma “Nova Direita”, a expressão visível nos EUA é o Tea Party, anti-Estado ( ou Estado Gotham City), contra a Democracia e contra a Política;
3) A Ultra Esquerda assimilou um discurso similar ao Tea Party, com os mesmo valores contra a Democracia e a Política;
4) Exceto no Brasil, por enquanto e por muito pouco, todas as revoltas significaram o triunfo da “Nova Direita”, houve um retrocesso institucional tremendo em todos os países que passaram pela “revolta das redes sociais”;
5) No Brasil a tentativa é forçar uma ruptura através de um golpe direto ou um arranjo “constitucional” qualquer, evidenciado pela tentativa de impeachment sem base que o sustente, ou como critério ter 93% contra o governo;
Aqui vale lembrar da tática usada na Ucrânia, um trecho do que escrevi tem quase dois anos :“Os ventos das manifestações também atingiram no fim do ano passado a Ucrânia, talvez o melhor laboratório e a mais visível ação das forças conservadoras que detonaram estes processos de revoltas, inclusive aqui no Brasil. A Praça Maidan, em Kiev, foi ocupada em novembro de 2013, por grupos que protestavam contra o governo eleito de Víktor Yanukóvytch. Liderados por grupos neofascistas e anti-Rússia, por três meses seguidos, em meio ao frio extremo, paralisaram a capital, entrando em conflito armado com a parte leste do país, culminando com a derrubada do presidente”.
Continuei : “Logo a seguir a Crimeia se separou da Ucrânia, uma eleição nacional elegeu um presidente de Direita, o empresário bilionário, Petro Poroshenko. A coalizão de extrema-direita, que usa símbolos nazistas, tomou conta do país, entrando em guerra civil com o lado leste rebelde, que quer integração coma Rússia. O novo governo, ao invés de ampliar a democracia, que em tese era a razão dos protestos de Maidan, fez o oposto, fechou o parlamento e dirige o país com poder ditatorial. Todo este poder é apoiado e recebe suporte dos EUA/UE através da OTAN, inclusive, em meio aos protestos, figuras públicas dos EUA, como Mcain, além do diretor da CIA, estiveram em Kiev dando seu “apoio”.
Será algo assim no Brasil?
O caminho das trevas, que tenho escrito nesses últimos 30 meses, vamos lá aos links:
- A questão da Internet e a ideologia que saltou:
A Psicologia de Massas do Fascimo – Ou, o Gigante Acordou
O Paciente Trabalho para Plantar o Ódio nas Redes Sociais
2. Sobre a Democracia, ou desprezo dela:
O Ultraliberalismo é a Barbárie,
Escândalo de Espionagem e o Estado Gotham City
O “Novo” e sua Luta pelo Fim da Democracia
Mil e Uma Utilidades – A Democracia
A Morte da Democracia e da Política?
A Democracia é um Estorvo para o Kapital?
As Revoltas Capturadas pela Direita e a Alternativa Marina.
Quem tiver vontade, boa leitura.