“Livres servimos porque amamos livres;
Podemos não amar, e amar podemos;
Se amamos, nossa dita continua;
Desgraça temos, se de amar deixamos”.
(Paraíso Perdido – John Milton)
Temos que ter coragem de visitar nossos demônios, nossos traumas e nossos medos, se possível, todos os dias, mais vezes em alguns dias, especialmente em datas “comemorativas”. Hoje completa cinco anos que minha vida mudou completamente, o instante em que descobri que efetivamente não somos nada, apenas um sopro, uma gota d’água no oceano do tempo, extremamente frágeis e desimportantes, mas é preciso que tenhamos consciência de nosso real tamanho diante do mundo, da história e dos nossos dias.
Quem sabe, assim, valorizaremos mais cada segundo, minuto, cada cheiro, cada sabor que a vida tem e nos dá, mas raramente entendemos a mensagem, pois ela é cifrada, mais ou menos como uma consulta ao oráculo de Delfos, a resposta é oblíqua, cabe a nós decifrá-la. Naquela sexta-feira a noite, minha pequena Letícia, depois de dias de dores terríveis, que iam e voltavam, finalmente foi diagnosticada com Leucemia (leia mais aqui: #Leucemia : Quando ela bate na sua porta!).
De lá para cá, tudo mudou, nos transformamos, o que éramos, já não existe. Todos nós mudamos, nada fica imune, aquela menina se metamorfoseou numa mulher inacreditável, forte, valente e guerreira, que enfrentou (e enfrenta) seus mais profundos dramas com uma energia que raramente se ver por aí. Coube a mim trombetear ao mundo nossa guerra particular, as mais variadas batalhas, as vitórias, pequenas e enormes, como a primeira cura, em dezembro de 2012.
Depois de dois anos e dois meses de uma trégua, que parecia a paz perene, no fim de janeiro desse ano, a luta retomou com mais força, o ataque é inesperado, só agora estamos enfrentando de igual para igual nosso temido inimigo. Os dias se tornam mais longos, nos hospitais, nas esperas por resultados de exames e seus diagnósticos, são momentos angustiantes, mas que não pode haver espaço para dúvidas ou incertezas, é preciso estar prontos.
Dormimos com as nossas armaduras e com as nossas armas em punho, o estado é beligerante. Nossa única defesa é a força extremada dela, quase mística, do nosso lado, como apoio, o nosso amor incondicional, militante e a disposição para o que der e vier. Agradecemos aos que nos presta sua sincera e emocionante solidariedade, seus carinhos e tantas energias emanadas, por fé em algo superior ou não, só isso nos mantém de pé.
Refleti muito se deveria voltar a falar sobre isso, mas hoje não tive como segurar, o blog sempre espelhou o que penso e o que sinto, não podia ser diferente agora.
Vamos em frente.
Rick Wakeman – Stairway to Heaven
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Sempre com vocês. Abraços fraternos e carinhosos.
Paulo,
Obrigado, Abraços.
Arnobio
sempre aqui torcendo, amigo.
Simone,
Obrigado,
Arnobio
Muita força e luz pra vocês, Arnobio.
Você deve voltar a falar sobre isso sempre que quiser, sempre que precisar. E nós, seus amigos, estaremos aqui para ler e oferecer nossa solidariedade, nossas preces. Estamos sempre, sempre com vvocês em nossas orações. Um grande beijo.
A força de todos vocês está expressa nos rostos da Letícia e da Luana. E que moças lindas elas se tornaram! #TamosJuntos! #Sempre!!
Eu nunca falei nada porque na verdade eu nunca sei o que falar… mas sei ouvir. E quando “ouço” isso que você escreve eu sinto que minha humanidade aumenta um pouco mais… Gratidão por me fazer, um sopro que seja, mais humana.
Saúde, Amor e Paz… e Coragem!
sandra leão
FORÇA MEU IRMÃO , DEUS NÃO DESAMPARA NINGUÉM . EM ORAÇÃO SEMPRE ´POR VOCÊS. LUANA E LETÍCIA SÃO LINDAS!!! PUXANDO A TIA AQUI…KKKKNÉ? BEIJOS AMO VOCÊS!!!