Após a dolorida classificação contra o Chile, com as exageradas cenas de choro de alguns jogadores, em particular do Capitão, Thiago Silva, excelente jogador, que vinha fazendo uma boa Copa ao lado de David Luiz, o melhor dos Brasil desde o primeiro jogo. Aquelas cenas foram transformadas em tragédia, entrando no “jogo”, aquela que denomino por “Mídia ABUTRE”, sua sede de vingança contra a Copa, pois, desde antes, ela jogou peso para cria um clima desastre sobre o evento.
A Mídia ABUTRE encontrou, na questão do choro e do “possível abalo emocional da seleção”, uma segunda forma de ataque à Copa, depois de ter fracassado com “Não vai ter Copa”, passaram para o “Não vai ter Hexa”. O alvo principal dos ataques, de TODOS os órgãos de imprensa, passou a ser os jogadores (uns frouxos, uns chorões), suas famílias( atacaram o pai de Neymar Jr acusando-o de fazer parte do esquema dos ingressos e insinuando que outros também estivessem envolvidos) e ao Felipão( “parece ter perdido o comando”).
Foi uma semana terrível, uma cruzada inacreditável, desproporcional ao problema, exigiam controle psicológico e ao mesmo tempo condenavam a palestra da psicóloga, a mídia ABUTRE e seus defensores nas redes sociais queriam transformar os brasileiros em psicólogos e fazer de cada jogo uma terapia coletiva, como se já não o fosse, mas ganhou ares de hospício. De repente os mentores midiáticos criaram um “Bicho Papão”, a temível esquadra colombiana, liderada pelo novo Pelé, a melhor e mais sensacional seleção da Copa, “se você temeu o Chile, a Colômbia é muito melhor. Ao lado dele, o terrível “Homem do Saco” , que sequestrou os nervos da seleção. Tudo estava perdido.
Há que se dizer que, dos que vi e vi muitos, apenas Mário Sérgio, na Fox Sports Brasil, no excelente programa “Boa Noite, Copa”, comandado por Falcão, disse claramente, no programa da quarta-feira: “vocês estão malucos, a Colômbia tem uma ótima seleção, mas nunca venceu uma grande competição, formada por garotos que até outro dia nenhum de nós sabia quem era”. Depois arrematou, “James Rodrigues, se revelou ótimo jogador, mas vocês tão vendo nele um novo Pelé? Parem, nem melhor que Neymar chega a ser, basta a seleção jogar que é a Colômbia que terá que temer, não nós”.
O jogo contra a Colômbia foi o melhor do Brasil na Copa, entramos vencendo quando Felipão resolveu escalar o Maicon, ali ele ganhou dois jogadores, os dois volantes, Fernandinho e Paulinho, poderiam participar do jogo sem o temor de que a Avenida Daniel Alves ( o grande legado da Copa) desse amplo acesso aos adversários. O meio de campo finalmente foi povoado, logo nos primeiro minutos a pressão foi no ataque, roubando a bola e o gol, de quem? Daquele que a Mídia ABUTRE queria fora do time, ou no mínimo sem a faixa de capitão. Logo depois, num ótimo contraataque da Colômbia, Thiago Silva, cortou um cruzamento que poderia ser fatal, ou seja, totalmente recuperado e firme.
O Brasil foi para cima, sem deixar espaços, Paulinho, Fernandinho e Oscar trocando passes e tocando bem a bola, Hulk teve três grandes chances, com ótimas defesas do goleiro colombiano. O “novo Pelé”, ou seria Messi? Jamie Rodriguez foi engolido pela forte marcação do meio de campo e quando caiu pela esquerda, Maicon não vacilou no combate. A única chance de gol veio com uma sobra de bola, Quadrado chutou e, mais uma vez, Thiago Silva desviou para fora, salvando o Brasil. O primeiro tempo foi de amplo domínio da seleção, faltou mais gols, a posse de bola foi superior aos 60% e não era toques laterais, sim para frente em busca da definição de jogadas.
O segundo tempo a Colômbia veio para o tudo ou nada, com o Brasil mais recuado buscando um bom contra ataque, as bolas eram alçadas na área do Brasil sem grandes perigos, com David Luiz e Thiago bem posicionados, Maicon sem dar espaços, entretanto o meio de campo cansou, Neymar muito bem marcado, se isolou na esquerda, não dando opções ao jogo. O jogo se torna mais lento, menos corrido, até que uma retomada de bola no meio de campo, Paulinho e Marcelo partem com ela, e Hulk recebe, cortando para o meio, recebe a falta na intermediária, muito longe ainda do gol.
O melhor jogador do Brasil, cheio de confiança, o zagueiro David Luiz, o gigante de Diadema, arruma a bola e ao invés da tradicional “porrada”, ele executa um chute de chapa, forte, mas com muito jeito, a bola faz uma queda rápida e entra no ângulo, um gol majestoso, um prêmio ao grande jogador. Quase 25 do segundo tempo, parecia que estava liquidada a fatura. O desespero colombiano e a ida atabalhoada ao ataque permitiram dois ótimos contra ataques perdidos por Neymar. O jogo se intensificava pelo meio, aí o ótimo James Rodriguez enfia com perfeição o atacante, Júlio César faz pênalti. Aos 34 minutos, começa um outro jogo, Felipão reforça o meio e segura o placar, com sustos, algo normal numa Copa e num jogo eliminatório.
Neste momento de sufoco, num escanteio para Colômbia, Neymar fica posicionado fora da área para pegar um rebote e armar um contra ataque fulminante, a aposta da certo, de costas, ele recebe a bola, mas aí recebe uma falta duríssima de Zuñiga, desleal, uma joelhada pouco acima do Cóxis, caiu gritando de dor, a princípio se imaginava que era manha, mesmo ele aos prantos. O atendimento no gramado, já se percebia a gravidade da falta. O jogo foi muito duro e franco, com faltas fortes de lado a lado, o juiz,Carlos Velasco Carballo (Espanha), foi extremamente conivente com a violência, deixou de punir tanto os brasileiros como os colombianos, deixou que os lances ríspidos se sucedessem durante todo o jogo, nem sequer deu cartão no lance que tirou Neymar da Copa, uma lástima.
Num próximo artigo veremos o que será do Brasil sem Neymar, nosso único craque, a maior esperança, mesmo num jogo em que ele não foi tão bem, puxou dois marcadores, abrindo espaço para Hulk finalizar e trabalhar as jogadas, muitas vezes só enxergamos o lance em si, sem percebermos toda a distribuição dos jogadores a disposição tática do time, como contribuem Oscar, Fred(que gostamos de brincar que tenha recebido o melhor ingresso da Copa, pois fica dentro do gramado e ainda troca de camisas, claro que é brincadeira). Ontem, Neymar teve consistência tática, não beleza plástica de grandes lances, que lhe é próprio, fará uma imensa falta, sem dúvida, mas não a tempo para chorar.
O Brasil fez sua tarefa, chegou aos jogos finais, agora é superação e superação, sem Neymar, sem Thiago Silva, com os jogadores mais preocupados pela maior estrela da companhia não estar em campo. Mas temos que provar que podemos e vamos lutar.
#Vai BRASIL
PS: 1) Para quem fica só acusando de que se cria animosidade com os “hermanos”, olhem a capa do Olé, jornal de esportes da Argentina, tirando sarro com a contusão de Neymar, ou quando nos chamam de macaquitos, enfim, não jogo limpo;
2) A cena de David Luiz consolado o talentoso James Rodriguez é épica, de emocionar de verdade, comportamento de ser humano com espírito muito elevado;