De repente você se depara com a imagem de um “Batman” em performance nos Arcos da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro, aí se percebe cruelmente a imensa estupidez daqueles que desejam, no inconsciente, a força bruta. A aparente busca da liberdade não passa de pano de cena, pois o que se procura é a limitação dela, então melhor promover a desordem, o caos, para que deles faça nascer a Ordem.
Pode parecer amargo, mas não consigo ver com outros olhos, o Estado Gotham City tomando corpo, mas aí olhamos o “Batman”, quase uma metáfora, logo abaixo o exército de Bane (Batman vs Bane ( O Gigante Coxinha?), o outro lado, celebra sua vitória contra o Estado de Direito e a Democracia, alguns tolos comemoram o cenário de farsa. O liberalismo Tea Party ganhando forma e corpo, convenientemente incensado pelo ativismo digital e contando com o olhar romântico de uma esquerda envelhecida, não apenas na idade, mas de cabeça, doida para achar o “elo perdido”.
Os caminhos destruídos pela queda do Muro, hoje cobrando o preço, identificando em qualquer máscara, um “Novo” herói, para substituir o Proletariado. Pouco ou nada interessa se este “Novo”, cada dia mais, abrace o Kapital e em sua performance narcisista e lhe peça o confronto, aberto e violento que garanta a redenção, justificando o revide , que leve ao fim da ordem atual, facilitando a nova ordem, sem política, políticos, partidos, democracia, nem um penduricalho que impeça a marcha esmagadora do Kapital.
Sua Estupidez é um clássico de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, de 1969, ano em que nasci, vai muito além do romantismo, mas que também tem a ver com este romantismo desesperado, tão expressado por todos nós que viemos de esquerda. A sua (a minha) estupidez, sentindo como uma pancada, ouvindo agora, percebi o sentido mágico da sexta, da música de sexta.
“Seria apenas cômico, se não fosse trágico”.(W S)
Sua Estupidez – Roberto Carlos
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=5h4nRWV6z40[/youtube]
Amei esse texto. Sabe que eu vi esta lamentável cena ao vivo, por um streaming. O povo embaixo aplaudindo a performance inacreditável. Fiquei pasma!!! E depois mostraram também um grupo de fantasiados de Black Bloc, ou os próprios, jogando bola, futebol ou basquete embaixo dos Arcos da Lapa. E a turma eufórica!!! De lascar. A que ponto chegamos!!
Vera,
Prova que nossa Estupidez não tem limites, quanto mais nos afastamos da teoria, mais nos aproximamos da boçalidade inútil, do endeusamento tolo. Parece que viramos uma seita milenarista em busca de sinais da volta do Messias. Aparece qualquer simulacro de luta “contra” o Estado burguês na modalidade atual, de bem-estar social mesclado com neoliberal, aviamos como revolucionários, entretanto é uma luta “comum” e aceita pelo Kapital, mas, infelizmente não percebemos a sutlieza dos atos.
No fim vencem e teremos o Estado Gotham City, a síntese da nova acumulação do Kapital, pois Marx não era determinista de que o Kapital teria fim, com crise terminal, ou ao gosto dos trotskista que acreditam religiosamente em “crise permanente”, nada mais anti-Marx do que isto. Enfim, vivamos e lutemos, a nosso modo.
Arnobio Rocha
paradoxal é a figura em segundo plano, a cópia da cópia, sombra da sombra, avacalhando tudo, macunaíma assombrando a “seriedade” dos encapuzados!
Chupartilhei no meu blog
Macunaíma foi lindo. Valeu René!
BP
Brilhante, meu caro”
Caros,
A “performance inacreditável” da população ocupando as ruas, agindo sobre o espaço social que por direito constituído é seu (inclusive de vc, Vera, e de vc, Arnobio) realmente impressiona. Fiquei momentaneamente lisonjeado em ver que alguém achou “inacreditável” a ação que fiz junto com o Batman de Eron nos Arcos da Lapa. Suponho que seja muito aviltante ao olhar aviltável, assistir uma manifestação onde não há violência mas uma espécie de ritual ou, pra botar em linguagem mais “pé-no-chão”, dois fantasiados adultos tornando beeem visíveis seus discursos no palco da Lapa. Lapa que ainda se mantém viva como eco das tensões sociais e culturais dessa Rio City. Muito aviltante? Dois cosplays de protesto? “Só criança tem o ‘direito’ de fazer isso… Se fantasiar? Só no Carnaval!!!” “Protestar? Vote nulo!”
Aliás, recebi mensagem duma criança (de classe média) avisando para eu me cuidar, pq saindo fantasiado assim eu logo seria preso. Eu ri. Mas é sério. O que é inacreditável, afinal? Ser adulto e protestar fantasiado ou ser preso por sair fantasiado? Qual a real estupidez ou brutalidade? Ser professor e fazer greve ou ser policial e bater em professores?
A propósito, eu sou o Batman Pobre, o de sunga, ao fundo. Não li o Kapital mas com certeza, não me encaixo nos moldes dessa política pública que temos aí. Que trata pobre como lixo e direito como privilegio. Também não acho que o Gigante acordou. Não tenho vontade de ser preso como foram meu amigo Eron, os manifestantes e os incautos que estavam nas escadarias da Câmara no dia 15. Tinha até um carteiro que sentou nas escadas pra se abrigar das bombas de gás.
E
Não pertenço à parcela da população que tem suas opiniões moldadas e mediadas pela mídia corporativa ou mesmo independente. Meu entendimento é o da minha vivência das manifestações.
Beijos afetuosos desse
Bruce Wayne dos Santos, o BATMAN POBRE
Queridos,
Mais um detalhe q acho importante falar: eu ODEIO ALTURA!!! E lá é alto pacas! Mas foi uma experiência linda ver o nosso Rio dos Arcos da Lapa. As luzes, o movimento. O Rio de Janeiro é uma cidade muito especial. Não é a toa que o mundo que se apoderar do nosso lar e transformá-lo numa orgia imobiliária.
BP
Ta SERTO! INÇENÇATO TESXTO!
PARABEMS!
Quantos batmans românticos serão necessários para a estupidez daqueles que em nome de um suposto realismo fecham com o Kapital. Os realistas.
E você está sendo amargo ou a essas Gotan Cities precisam se encontrar.
E sua análise é preconceituosa, pois você não sabe nem diferenciar os dois batmans ali presentes nem deve considerar isso importante.
E você ainda tá muito nessa de caminho de fim do muro, e tal, ihhhhh. Aí fica tenso.
São Macunaíma! Quanta bobagem… quanta verdade. Tudo junto misturado. Nestas horas, nós, filhos de uma cultura baseada na redenção, procuramos um Michelangelo Buonarroti para retirar os excessos… separar a verdade das impureza… fazer a depuração. No nosso inconsciente coletivo vivemos a certeza de que a verdade esteve, desde sempre, pronta a espera de ser libertada. Nós vivemos a expectativa, e tanto faz se estamos mais à esquerda, mais à direita ou no centro, de que um redentor, assim como Michelangelo libertou Pietá do excesso de mármore, liberte a verdade do excesso de teorias. Santa estupidez essa nossa.