A mídia esportiva igual ou pior do que a mídia política tinha decretado a falência do futebol brasileiro, era tão certo quanto dois mais dois é igual a quatro que aqui se pratica o pior futebol do mundo, que os campeonatos são péssimos e que os bons jogadores desta nova safra só vão se tornar craques indo para um “grande centro”, leia-se : Europa. Apenas lá estes talentos como Neymar, Paulinho, Lucas e outros poderão se tornar… Jogadores.
Toda a escola local foi condenada, uma mistura de vira-lata renascido com ódio político em geral levou à cegueira total, uma confusão que agora caiu como uma bomba. A despeito de que, em 2011, o Santos ter brilhado na América e no mundo, mesmo com o desastroso jogo contra o Barcelona e depois que o Corinthians, em 2012, venceu tudo, com melhor sorte no Japão, a mídia não via grande mérito nestes resultados. O desequilíbrio de análise é tão grande que o campeonato Espanhol com apenas dois times é considerado a “liga das estrelas” e por aí vai.
A seleção brasileira passou por uma profunda mudança de 2006 para cá, naquela que era a grande síntese de gerações, acabou sendo um fiasco na Alemanha, em 2010, apesar de bem armada por Dunga, a seleção não teve um grande desempenho na copa, mas também não pode se dizer que tenha sido um desastre. Entretanto, é fato, houve uma quebra de continuidade pós-copa, a reconstrução é mais lenta do que deseja, além da crise política na CBF, tanto Mano, quanto Felipão não tinham conseguindo um período de treino mais intenso. Quando Mano teve mais tempo foi medalha de Prata nas Olimpíadas de Londres, que considero um ótimo resultado.
A queda de Ricardo Teixeira, entrada do filhote da ditadura, Marin, a mudança de técnico, com a volta do último campeão mundial pelo Brasil, foi visto com confirmação do fiasco que se avizinhava por toda a imprensa, desprezando a tradição, os valores e a força de grandes jogadores, que no fundo precisavam de mais tempo para melhor se conhecer, num ritmo de competição. Neste aspecto, as duas semanas de preparação e os jogos das copas das confederações, começou a moldar um time, que atingiu grande pico ontem.
O Brasil jogou bem a primeira fase, teve um grande jogo com o Uruguai, em a equipe celeste mais entrosada, mais tempo de janela impôs duras condições de jogo, mas que o Brasil soube vencer, na extrema adversidade, ou esquecemos que na copa de 2002 sofremos para vencer a Turquia por 1 x 0 na semifinal?Com tudo isto, mesmo a Espanha sem mostrar nada extraordinário, parecia fadado a nos golear, nos humilhar. Ontem no Lancenet, o melhor jornal de esportes, a enquete entre seus jornalistas e colunista o Brasil perderia, sem humilhação, mas perderia.
O que se viu ontem, não foi o renascer do futebol brasileiro, não, não foi isto, mas a possibilidade de se formar um grande time, competitivo, forte e valente. Todo o grupo se desdobrou, mas Felipão fez uma mudança tática quase imperceptível, mas que, para mim, foi decisiva, ele pôs o time com uma inversão de volantes, Paulinho saiu pela esquerda e Luiz Gustavo pela direita, além de recuar Oscar para um quase terceiro volante. Assim procedendo, Paulinho batia de frente com Xavi, Luis Gustavo com Iniesta e Oscar com Busquete, a Espanha ficou perdida no meio, Xavi, o melhor deles não foi visto em campo.
Alguns dirão “ah, mas se não fosse o gol do Fred aos 2 minutos”, verdade, poderia ter sido de Paulinho aos minutos de cobertura, ou de Fred aos 28 minutos. O Brasil sufocou a Espanha de forma incrível nos 25 minutos iniciais, os espanhóis só tiveram uma chance aos 42 minutos com Pedro, num contra-ataque por erro de Daniel Alves e falha de Marcelo em não voltar, mas só isto no jogo inteiro, até o pénalti “mandrake” a Espanha jogou longe. O Brasil sobrou em campo, Neymar e Fred jogaram muito à frente, Hulk fez uma grande partida atrás e passou as duas bolas para os gols de Fred. Um passeio impensado a duas semanas, mas é esta a realidade do futebol, quem entra de salto alto e com arrogância, dificilmente sobrevive, inclusive a Imprensa.
Neymar e Paulinho estãos entre os três melhores do torneio, sem precisarem ir para Europa, os dois com grande brilho no Santos e no Corinthians, mostraram que aqui se forma craques, ir para fora é opção, não pré-condição de se tornarem craques. Neymar brilhou intensamente, dele pode partir uma seleção, Paulinho pode ser a saída pelo meio, Tiago segura bem atrás. Precisamos melhorar os laterais e um segundo atacante, mas para quem estava “acabado”, até que o futebol brasileiro não pode reclamar.
A grande derrotada neste contexto é a imprensa e seus articulistas que jamais chutaram uma bola, mas têm a língua afiada para destruir, desmerecer, julgar e condenar, que sirva de lição. Nem tanto o mar, nem tanto a terra, apenas um pouco de equilíbrio ajudará muito.
#VaiBrasil
Perfeito!! Renascemos!!! Programas de esporte nas Tvs pagas no pós-jogo,parecia que se comentava um enterro,tal era a cara de velório deles. rsrs abs.
Verdade, Teka, a cara de velório na ESPN Brasil era deprimente, nem consegui ver. Só o PVC pra salvar, feliz da vida porque anteviu esse espetáculo. Pra mim, a mudança da torcida ajudou demais, foi camisa 12, Pachecão mesmo! E o que mais me espantou no time foi a determinação de jogar coletivamente, de se anular, de jogar pro grupo — aquela defesa doDavi Luiz resumiu tudo –, deixando o brilho com Neymar — ele mesmo cheio de hematomas, como observou um repórter na zona de entrevistas, de tanto que lutou! Só acho que destoou nessa doação geral o Marcelo. Embora admire o futebol dele, acho que ele joga muito pra ele mesmo. Posso estar enganada, mas sinto que ele prejudica o conjunto. Amei a doação de Oscar, Hulk e Paulinho, que show de solidariedade… Só mesmo o antiquado Papai Felipão pra conseguir isso…