Infelizmente não podemos encarar como normal a “história” de que aquele cidadão “civilizado” saiu dos seus domínios, já destruído, desembarcou nestas paradas e virou o “dono” de tudo. O encontro romantizado de troca de espelhos por cocar e depois por todo o resto, não podemos engolir mais. Em pouquíssimo tempo, do norte ao sul, os novos senhores, destruíram de forma predatória a cultura e o aquele homem “selvagem”, idiotamente denominado de “índio”.
Impôs a eles um deus, uma razão que não era sua, um modo de ser que não era o seu. Os “rebeldes” que se recusavam aquela conquista eram mortos e empilhados, pois nem para escravo serviam. Passado tantos anos, poucos séculos, vamos continuar a matá-los com nossa crueldade, tomar o que lhes sobrou de terra, impor, ainda mais, nossa cultura e valores. O que há para comemorar hoje?
Segundo reportagem do Portal R7, de 18 de agosto de 2012, sobre o censo de 2010 indicou que “pouco mais de 36% dos indígenas estão vivendo em áreas urbanas do País. A maioria, porém, continua concentrada na área rural: 63,8% da população. Os dados estão presentes no Censo 2010: Características Gerais da População Indígena, pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgada nesta sexta-feira (10). Ao todo, foram registrados 896,9 mil indígenas”.
E que há, segundo o mesmo ceso “505 terras indígenas. Essas terras representam 12,5% do território brasileiro (106,7 milhões de hectares), onde residiam 517,4 mil indígenas (57,7% do total). Apenas seis terras tinham mais de 10 mil indígenas, 107 tinham entre mais de mil e 10 mil, 291 tinham entre mais de cem e mil e em 83 residiam até cem indígenas. Segundo a pesquisa, a terra com maior população indígena é Yanomami, no Amazonas e em Roraima, com 25,7 mil indígenas”.
Nem o sentimento de remorso “cristão” parece que há. Para ser bem direto, não tem como nos mudarmos, o que podemos fazer é deixá-los em paz, pedir o direito de usar as suas terras, que já habitamos não tomar mais nenhum pedaço de onde hoje os “índios” habitam. Punir rigorosamente quem ousar atentar contra eles, enfim, deixar com que vivam com o que sobrou do seu rico passado.
A música da sexta não ficaria distante, mas o canto é triste.
Maria Bethânia – Amor de Índio
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Um Índio – Doces Bárbaros – Bethânia – Caetano – Gil e Gal
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Legião Urbana – Índios
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Inteligente, instigador, reflexivo…
Enfim, mo legal!