Dois dias de molho, sem sair de casa, foi o saldo de um fim de semana doente. Acabei fazendo apenas o que era possível, ver TV, que ultimamente tem se resumido ao futebol e aos filmes, pouco ou nada mais me interessa em televisão. Mas, como estava com muito tempo e tinha poucos jogos e menos filmes ainda, fique zapeando até parar nestes canais “History” qualquer coisa. Alguns programas bem feitos, outros uma teorias de dar sono, mas dei sorte, vi dois muito bons. Um sobre as teorias do Big Bang e outro sobre idades do Sol.
Confesso minha completa burrice de física e ciências aplicadas, são equações e elaborações que não consigo sequer imaginar como se chega a elas. Estes programas não se preocupam muito com as fórmulas, o que é bom, eles querem debater as ideias, sem entrar nos detalhes matemáticos e físicos, o que facilita a um leigo acompanhar o que aqueles cérebros espetaculares estão a especular. São tantas vertentes que nem tinha ideia, cada uma mais interessante de ouvir, a incrível capacidade de pensar que a humanidade chegou.
Sobre o Big Bang, um longo programa de duas horas, narrado com sobriedade por Morgan Freeman, as várias teses e teorias são mostradas, as pequenas nuances separam vários gênios e a incrível criatividade para decifrar cada movimento de uma época tão distante. O cálculo comum aceito é que a “explosão” ocorreu num distante momento 13,7 bilhões de anos atrás e, que, o sistema solar “nasceu” a 4,5 bilhões de anos. São distância inimagináveis com teorias tão interessantes. Uma delas mostra que algo como um balão que infla e desinfla fez com que houvesse o instante zero. Noutra, ainda mais perturbadora, coloca que este instante “Zero” é na verdade um relógio imaginário em que a subdivisão a trilionésimos de segundo poderia explicar o conceito de “tempo” vs “espaço”. Cientistas brilhantes, habitando locais tão diferentes chegaram a conclusões tão parecidas.
O programa sobre a “idade” do Sol, ainda mais interessante, um conceito de “relógio” ou cronograma do tempo, partindo de 700 milhões de anos, mostra uma evolução contínua, há, sem dúvida, um diálogo muito interessante com a teoria do Big Bang, pois o Sol, ganha dimensão autônoma da “puera” cósmica que se seguiu entre um tempo inominável de mais ou menos 9 bilhões de anos, mas que se se estendeu, pela tese do programa, por mais 3,8 bilhões de anos, até chegarmos a configuração mais próxima do seria nosso sistema solar. O alinhamento e perenidade do Sol e dos planetas que giram em torno dele, em aparente autonomia às demais galáxias, que existem mas que nossas limitações tecnológicas nãos nos permitiu, ainda, visitar e conhecer. Mais ainda, nem nossa galaxia e toda sua dimensão conhecemos, nossa mais longa visita foi à Lua.
A síntese destas viagens, destes programas não foi me voltar para ciência, mas fundamentalmente para filosofia. Todos os postulados apresentados, antes de ser matemática, física ou astronomia, são indagações filosóficas. Nos debates das teses e teorias, uma pequena pergunta, munda o eixo da pesquisa, provoca uma revolução e novas conclusões. Estes homens brilhantes, cerebrais, que se apropriaram do melhor do conhecimento humano, no fundo, se rendem à pequenas questões, que bem colocada mudam seus rumos e destinos. O brilhantismo maior não é uma quantidade de ainda maior de ciência, mas de perguntas que possam sugerir outros caminhos.
Na solidão da cama, uma diversão maior despertou em mim, espero que a vocês também. Infelizmente não achei os mesmo programas, mas encontrei outro belíssimo que vale pelo extremo valor da pesquisa e da criatividade científica de todas as épocas. Divirtam-se, viagem nas estrelas!!!
O Universo Além do Big Bang History Channel Dublado
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=1julTWLUVK8[/youtube]
O que me deixa fascinado é a incrível distância entre o muito grande e o muito pequeno, a escala de tempo muito além da nossa percepção. Nosso pequeno planeta entre 200 bilhões de sistemas em 200 bilhões de galáxias bilhões de anos luz umas das outras. Mas isso ainda não é tudo, é só a parte visível, 4% da matéria ordinária. A cosmologia moderna calcula que o restante é composto por 23% de Matéria Escura e 74% de Energia Escura, algo fantasmagórico que não pode ser visto ou tocado, apenas observado em seu efeito gravitacional.
Evandro,
E o assustador que é saber que 95% da energia do nosso sistema é do Sol, apenas 5 % . O cara compara o sistema a um estacionamento com 500 carros, apenas 1 seria todos os planetas, o restante o Sol, a terra seria o estepe de um carro. São números que não conseguimos abstrair plenamente. Ou aquela da idade de 13.7 bilhões de anos, isto não cabe na mente de alguém que viverá, com muita sorte 80 anos, né?
Abraços,
Arnobio