Arnobio Rocha Reflexões Do Estímulo Escolar

457: Do Estímulo Escolar

Estimular, mas sem virar máquina!

 

Das coisas que me dão mais orgulho, hoje em dia, é, sem sombra de dúvida, o desempenho escolar das minhas filhas, principalmente pela condições adversas que enfrentamos nos últimos dois anos, seria normal se houvesse uma queda de rendimento, um desestimulo, tanto da Letícia, quanto da Luana. Mas ao contrário, elas estão mais dedicadas, nos enchendo de felicidade, com cada pequena vitória, esforço, não apenas em notas, mas no entendimento que significa a escola e a boa formação.

 

Vivemos quase que todo o dia longe de casa, nos encontramos nos jantares e nos fins de semana, o acompanhamento mais próximo do andamento da atividades escolares, são feitos em pequenas janelas de tempo, espremidos pelo horário de dormir e atrapalhados pelo cansaço, que tira a paciência e a atenção. Ou as crianças tomam para si esta imensa responsabilidade, que é estudar por conta própria, ou ficam na dependência destes pequenos hiatos de tempo, que podemos ajudar. Por uma felicidade, nossa, as duas estudam bem, ajudamos, mais como complemento do que como fonte principal do estímulo.

 

Maravilhoso olhar o desempenho no debate de matérias que estão estudando, na argumentação mais sólida, mas que também se expressam em boas notas, comemoradas e perseguidas de forma natural, sem estresse, apenas ficamos atentos quando algo escapa, ou uma dificuldade detectada. No geral seguem firmes, confiantes, nos alivia um pouco a carga geral de questões que somos obrigados a responder, natural de viver numa cidade corrida, numa busca por um equilíbrio financeiro, compatível com o que precisamos oferecer de melhor para elas. Este retorno, claro, nos faz continuar, pois parte do nosso trabalho está bem recompensado.

 

A maior responsabilidade  é nossa, dos pais, mas devemos compartilhar com nossos filhos que eles são os maiores  beneficiados se entenderem que estudar é parte prazerosa da vida, que a boa formação depende do esforço deles, não é uma obrigação, um fardo, mas antes de tudo uma gostosa diversão.  Que tudo que enfrentarão na vida, quer seja na escola, faculdade, ou na vida, dependerá de como enfrentaram as escolhas, de como venceram as dificuldades. As provas escolares, trabalhos, são parte do estudo, que todos passam por elas, não tem outro caminho, ou facilidade, principalmente de quem vive daquilo que trabalha.

 

As escolas poderiam/deveriam mudar, tornar mais atraente o estudo, envolver os pequenos cérebros, que aprendem facilmente todas as novidades do mundo, como intenet/Tvs/Jogos, trazer para sala de aula o que desperta e estimula o conhecimento. A equação não é simples, os passos parecem lentos, lutamos contra um sistema muito fechado, que em parte deu certo, mas a geração que chega é bem mais complexa, precisa de uma conquista, uma abordagem diferente. Expus estas coisas na última reunião, sobre o Segundo Grau da Letícia.

 

A escola informa que o centro dos exames, tanto Enem, como vestibulares, estão calcados em interpretação de problemas, soluções e principalmente escrever/responder corretamente aquilo que lhe foi proposto. A gama maior de pressão sobre os garotos será na redação, não importando se em português, história, mas também em física e matemática. Neste sentido propus que eles poderiam estimular os garotos a ter blogs, as “redações” com normas e padrões, que seriam feitas via posts. A própria crítica seria dos colegas e dos professores, uma interação com as redes sociais, que tão bem eles dominam.

 

Publicar, escrever, pensar, ler, enfrentar a crítica, expor ideias e pensamentos, é uma prática comum em redes sociais, por que não aproveitar para escola? Claro, que não seria obrigatório, mas servirá como estímulo, uma aproximação amigável, da escola, com uma prática tão ampla e comum no meio deles.

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0 thoughts on “457: Do Estímulo Escolar”

  1. Muito bom, Arnobio. O descompasso da escola com nossos tempos só é equivalente à ignorância que galopa entre a juventude. Parabéns!

  2. Boa sua proposta de estimular as crianças a terem blogs para prática da boa redação, leitura e o debate de ideias. Claro que devidamente acompanhadas pelos pais.

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