15 de novembro de 2025

0 thoughts on “241: Anos Dourados

  1. Irretocável o texto, meu caro Arnóbio!
    Lembro de quando entrei na UFMA, em 86! A euforia com a novaa Constituição (assinei várias emendas populares), a sensação de que poderíamos transformar o mundo, as utopias coletivistas que nos encantavam!
    Bons tempos.
    Aqui, um texto do meu amigo Felix Alberto Lima, sobre aquele período, que acho que tem muito a ver com o que você escreveu:
    http://oredemoinho.blogspot.com/2012/01/amor-sem-revolucao-parte-5.html
    Abraços!

  2. Saudade das bandas da época que invadiam as rádios. Barão Vermelho, Ultrage a Rigor, Dr. Silvana e Cia, Fausto Fawcett, Uns e Outros, Kid Abelha, Hanoi Hanoi, Ira, Aborto Elétrico, Plebe Rude, Legião Urbana, o Erva Doce com Amante Profissional etc…

  3. Lindo texto, Arnóbio, com belas lembranças e não saudosismos. Abaixo os “meus tempos eram melhores”! Vivam as novas gerações, com seus quereres, fazeres e aconteceres!

  4. Arnóbio, entre os 14 e 20 anos eu vivi do período mais negro dos anos de chumbo passando para a abertura lenta e gradual do General João Batista Figueiredo. Minha formação política e ideológica se deu nestes anos onde as eleições diretas para nossos governantes era uma utopia ou um sonho distante. Mas consegui driblar isto lendo versões em espanhol dos livros proibidos pelo index oficial ou por panfletos e apostilas passados de mão em mão por companheiros do Movimento Estudantil. Me formei em 1979 em jornalismo na PUCRS e na formatura um pequeno gesto de protesto da nossa turma. Escolhemos como paraninfo um professor que foi expurgado um ano antes por ter publicado no jornal – laboratório da Faculdade (que coordenava) uma entrevista de um dos seus alunos com uma das pioneiras da luta pela proteção dos animais e a boa velhinha era conhecida por usar termos bastante pesados para designar quem maltratava os pobres bichinhos.
    Formado, aprendi o jornalismo na prática em dos principais veículos da chamada imprensa nanica do Brasil – o Coojornal. Lá noticiamos como se dava a Operação Condor, de como era cooperação dos órgãos de repressão do Cone Sul. Publicávamos o que nenhum veículo da grande imprensa ousava publicar. Lá vimos volta do irmão do Henfil e tanta gente que pegou o rabo de foguete como Leonel de Moura Brizola, tão caro aos gaúchos. Acompanhamos o comício das Diretas Já e a rejeição da emenda Dante de Oliveira. Também fomos dos primeiros órgãos da imprensa brasileira a entrevistar o líder barbudo do ABC. O Coojornal passou e a História continou, mas o rico aprendizado ficou.

  5. Arnóbio, entre os 14 e 20 anos eu vivi do período mais negro dos anos de chumbo passando para a abertura lenta e gradual do General João Batista Figueiredo. Minha formação política e ideológica se deu nestes anos onde as eleições diretas para nossos governantes era uma utopia ou um sonho distante. Mas consegui driblar isto lendo versões em espanhol dos livros proibidos pelo index oficial ou por panfletos e apostilas passados de mão em mão por companheiros do Movimento Estudantil. Me formei em 1979 em jornalismo na PUCRS e na formatura um pequeno gesto de protesto da nossa turma. Escolhemos como paraninfo um professor que foi expurgado um ano antes por ter publicado no jornal – laboratório da Faculdade (que coordenava) uma entrevista de um dos seus alunos com uma das pioneiras da luta pela proteção dos animais e a boa velhinha era conhecida por usar termos bastante pesados para designar quem maltratava os pobres bichinhos.
    Formado, aprendi o jornalismo na prática em dos principais veículos da chamada imprensa nanica do Brasil – o Coojornal. Lá noticiamos como se dava a Operação Condor, de como era cooperação dos órgãos de repressão do Cone Sul. Publicávamos o que nenhum veículo da grande imprensa ousava publicar. Lá vimos volta do irmão do Henfil e tanta gente que pegou o rabo de foguete como Leonel de Moura Brizola, tão caro aos gaúchos. Acompanhamos o comício das Diretas Já e a rejeição da emenda Dante de Oliveira. Também fomos dos primeiros órgãos da imprensa brasileira a entrevistar o líder barbudo do ABC. O Coojornal passou e a História continou, mas o rico aprendizado ficou.

  6. Texto maravilhoso. Uma mesma pessoa pode ter vários anos dourados na vida, eu acho… Vivi algumas fases retumbantes. Em cada uma delas o Brasil rumava para um futuro melhor. Pra mim, os baques mais graves foram o golpe de 64 (era um Brasil esplendoroso aquele que se desenhava ali no início dos 60…), depois o AI-5, a derrota das Diretas (nossa, como aquela campanha foi linda, que depressão me invadiu…), a derrota da Reforma Agrária em 88 (um dos melhores momentos do PT foi a fala do Lula ao assinar a Constituição de 88, destacando esta profunda perda — aliás, a direita espalha até hoje que o PT não assinou a CF88, absurdo odioso!!!) e a derrota do Lula em 89. Claro que saudosismo não adianta, mas fui perdendo pedaços nessas derrotas.

  7. Olá, Arnobio!
    Lindo texto! Meus anos dourados estão mais adiante – não muito – mas acho que fiz parte das últimas gerações com algum engajamento político, mas já sem muito porquê lutar, mais para curtir o que gerações anteriores conquistaram p/ mim. Acho que o momento é sempre agora e se é evolução, penso em rir e aproveitar com alguma serenidade que antes não tinha!
    abraços
    Elaine Torres

  8. “Meu tempo” foi mais ou menos como o seu. Militante do movimento estudantil na UFPI e no Centro Acadêmico de Direito, de 82 a 86. Tempo bom demais, onde forjei o que sou hoje, o que penso e o que levo pra minha atividade profissional.
    Sinto pelos meus filhos, que não vivem na universidade a mesma efervescência que vivíamos nos anos de chumbo, que hoje vemos como dourados.
    Hoje os anos tem outro matiz, mas, nem por isso, menos brilhantes …

Deixe uma resposta