A crise do tarifaço do Trump vai exportar para o mundo a crise dos EUA e pior, vai aumentar a crise interna do próprio país, uma armadilha criada por um fanfarrão irresponsável, que não parece disposto a recuar, nem as instituições dos EUA têm forças para derrubá-lo, será?

Essa tática predatória só tem um endereço, a China, o que aliás lembra que no final dos anos 80, os EUA usou algo parecido para impedir o avanço japonês e sua balança deficitária com ele, na época impôs um super endividamento e um aumento do Yen que tornou caro os carros e produtos japoneses. Mergulhou a economia japonesa numa crise até hoje, o que, inclusive explica o avanço chinês e sul-coreano.

O tarifaço visa inibir o avanço chinês e reduzir o déficit comercial dos EUA, mas não garante a resolução da perda do controle da produção e comércio mundial, cria um desenho de mercado cheio de barreiras ,em oposição ao chamado “livre mercado”, ainda pode levar à recessão mundial e inflação interna e externa.

O Brasil é afetado ,até agora com baixa taxa, pela lógica nem deveria pois a balança é favorável aos EUA, mas cria uma punição esdrúxula que talvez a melhor vingança não seja a reciprocidade de tarifas, mas uma abertura para “montar”, “envelopar” e ser meio para exportações chinesas e alternativas para empresas dos EUA na sua produção, hoje baseada na China, vide o caso da Apple, que cogita ampliar a produção no Brasil.

A tarifa baixa imposta pode ser um ganho ao Brasil e se tornar um atrativo para empresas chinesas no Brasil, um acordo de zonas especiais de produção e exportação poderia ser criadas, com baixos impostos e uso do “made in Brazil” nos produtos.

Noutra ponta, seria uma forma de transferência de tecnologia, qualificação de empregos e crescimento sustentável, independente do momento atual de tarifas. O Brasil pode atrair o Mercosul para ampliar mão de obra e centros produtivos, com regimes especiais de contratações e empregos.

A bola está com o Brasil!

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