O dia de hoje, 18.11, é um marco de muito sofrimento na minha vida, é um dia em que acordar é difícil, poderia pular do calendário, viver nesse dia é uma obrigação, poderia ser uma opção, quem sabe hibernar e pular esse dia em especial, mas como não existe essa possibilidade, as contas vão vencendo do mesmo jeitos, as obrigações também, o jeito é enfrentar o dia e tornar o menos doloroso, se é que seja factível.
Então levantei à duras penas.
Nem sei por quê, mas aceitei duas participações em programas políticos: O Legado do G20 Social e G20 discute clima, paz mundial, combate à fome e taxação dos super-ricos (minha entrada é no 1:30:10) temas pesados, a reunião do G20, a Escala 6 x 1, o atentado terrorista ao STF, entre outros, um cardápio denso, para um dia tão duro, mas é uma forma de manter a mente ocupada, exercer um otimismo pelo Brasil, reafirmar a necessidade de não deixemos nos levar pela propaganda da mídia corporativa de que nada dará certo, claro que apresentando visão crítica, sem no entanto cair no lugar comum do pessimismo.
Para além disso, meus fones têm sido a ótima companhia, e velhas músicas me ajudam a diminuir as aflições, servem como viagens para dentro, em sentido contrário do que a minha mente exigiria para hoje, que seria externar minhas amarguras, gritar alto, sei lá, algo assim, mas ouvindo A Whiter Shade of Pale, 1967, de Procol Harum, com The Main Squeeze, me fez lembrar de uma cena do filme futurista Oblivion, em que ouvem um LP com a música, uma intensidade, de sair de si, a perda, a lembrança de algo que nunca mais voltará, exceto em memórias, cada vez mais falhas e incertas.
O nosso cérebro brinca com nossas dores, com nossa incrível capacidade de adaptação, ora, é como se a longa doença (8 anos e meio) de Letícia fosse uma especialização, um mestrado, por outra, a sua morte (6 anos hoje) se demonstra um Doutorando em sofrer e o cérebro arruma escapes para continuar vivo, ativo, presente, algo que justifique a existência, pois o cérebro vai nos sabotando, por mais que resistamos, ele nos vencerá sempre, mas mesmo assim, viajar em músicas é uma forma de enfrentar a injusta imposição do esquecimento, uma luta contra nossas dores, uma oferta de superação (ou não), ainda que seja de boa-fé
Por fim, não o cérebro, mas o Google (Youtube), com sua/minha predição, me oferece Comfortably Numb, é ou não é uma sabotagem da inteligência humana que se alia à inteligência artificial? Afinal a minha mente é cheia de referências, loucuras e sanidade aleatória, prodigiosa ou apenas vaidosa? F…se!