“O Cronida a fez nutriz de jovens que depois dela com os olhos viram a luz da multividente Aurora.
Assim dês o começo é nutriz de jovens e estas as honras.”
(Hino à Hécate – Teogonia – Hesíodo)
A Lua de tantas fases e poderes, para cada uma delas uma deusa poderosa se ergue e alumia e guia caminhos e mentes. Selene, Ártemis e Hécate, amor, paixão, sorte, mares protegidos e revoltos, por elas guiado e mexido por seu humor e pedido piedoso.
Perses com Astéria teve a poderosa Hécate, da geração titânica, nem mesmo a queda de Cronos a derrubou, ao contrário, Zeus, o poderoso Crônida, concedeu à ela grandes poderes. Ela é a Deusa lunar e ctônia, está ligada aos ritos da fertilidade, por outra mão é deusa infernal e sombria, ilumina e apaga.
Essa sua polaridade, é uma divindade benfazeja, preside à germinação e ao parto, protetora da navegação, traz prosperidade, concede a eloquência, o dom da fala, leva à vitória e guia para os caminhos órficos da purificação. No entanto, possui um aspecto terrível e infernal: é a deusa dos espectros e dos terrores noturnos, dos fantasmas e dos monstros apavorantes.
Hécate é a magia por excelência, é a senhora da bruxaria, para esconjurá-la apenas por meio de encantamentos, filtros de amor ou de morte. Os seus três corpos e três cabeças tem grande simbolismo em diferentes níveis. Como Deusa da Lua pode representar três fases da evolução lunar: crescente, minguante e lua nova, significando as três fases da evolução vital. Como também é Deusa ctônica, ela reúne os três plano: o infernal, o telúrico e o celeste.
Hécate ainda traz em si a grande mágica das manifestações noturnas simbolizaria ainda o inconsciente, no mundo onírico onde se agitam monstros, espectros e fantasmas. Ora, se de um lado, é o inferno vivo do psiquismo, de outro, ela emana imensa energias, assim, se devem ordenar, como o caos se ordenou em cosmo pela força do espírito e luz.
Assim ela é, luz e sombra.