Minha amiga Ana Lúcia Silva, militante de movimentos sindicais e sociais, fundadora da CUT, sua primeira secretária de Formação Política, continua ativa e firme no trabalho de base, de formação e de discussão política.
Mandou alguns áudios interessantes de como a Ideologia (a Mensagem) chega de cima para baixo, como nós não nos damos conta de que o maior Veículo (meio) de levar a Ideologia (Comunicação) da Direita, acaba sendo nós mesmos.
Por exemplo, Nicolas Ferreira vai passar um ano despejando conteúdo ideológico neofascista na Comissão de Educação, “Ideologia de Gênero” “Marxismo Cultural” “Homeschooling”, “aborto”.
O que fazemos, desde ontem?
Projetamos Nicolas Ferreira, damos espaços nas nossas redes à pregação dele. Não o combatemos, ao contrário, promovemos a quase um gênio.
Na visão da minha querida companheira, ignorar o discurso, não cair nas provocações e nem se preocupar no que ele diz, discutir com idiota tem uma certeza, ele é profissional na idiotia, discurso racional não altera o conteúdo da disputa. O combate à ele é/deveria ser exclusivamente no Parlamento, nenhuma repercussão fora dele. Mesmo no parlamento é mero exercício retórico “radicalizar”, não há espaço ou mesmo razão prática.
É uma estratégia extremamente complexa, é o inverso da nossa formação, pois nossa tradição de comunicação é outra, o que os ajuda. Nenhum discurso nosso é levado à bolha deles, simplesmente nos ignoram e são fortes em afirmação do que pensam, como pensam, nos desqualificam e seguem em frente.
A verdade é mero detalhe.
Em síntese, somos usados como veículos deles, damos publicidade, repercussão, propagandeamos o que eles dizem, a nossa resposta elaborada não tem eficiência, pois a redução de ideias que fazem, é perfeita, não há resposta simples.
Ou repensamos o combate, ou a sensação é de derrota mesmo, não fazemos nada errado, em tese, mas não entendemos a forma que eles se comunicam, nos concentramos no conteúdo, com forma muito difícil de entender.
O difícil, não é fácil, nos ensinava Vicente Matheus.