
Ah, mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Ah, de um lado esse carnaval
Do outro a fome total
(A Novidade – Gilberto Gil e Paralamas do Sucesso)
O relatório anual da OXFAM, chamado “Desigualdade S.A“, diz, em breve síntese, que a Riqueza dos cinco maiores bilionários dobra em três anos, é uma NÃO novidade, mas interessante que a conclusão fala da concentração e poder das empresas, como causa raiz, mas outra poderia ser citada, a falência do Estado, das políticas compensatória e o predomínio do ultraliberalismo.
Na página da OXFAM destacam:
“A riqueza dos cinco maiores bilionários do mundo dobrou desde 2020, enquanto a de 60% da população global – cerca de 5 bilhões de pessoas – diminuiu nesse mesmo período. Se o cenário geral não mudar, em 10 anos teremos o primeiro trilionário, mas só conseguiremos acabar com a pobreza em 230 anos!”
E em letras forte, que:
“Uma nova aristocracia econômica está surgindo, enquanto bilhões de pessoas penam para sobreviver em meio à pobreza, fome, guerras e austeridade econômica”.
Apenas Marx para entender o que passa, ele se reafirma mais uma vez, quanto mais o “matam”.
Marx continua tão atual que assusta, o método de análise é preciso porque na essência, o Capital, segue sendo o mesmo, sua movimentação ampla pode aumentar ou diminuir a concentração de renda, a apropriação da mais-valia, a taxa de lucro que é o seu santo gral, isso é o que determina a vida, não guardando nenhuma relação com a modernidade.
A superstrutura ideológica, hoje é manejada pelos algoritmos, como no passado outras ferramentas mais modestas aprisionavam e iludiam os de baixo, a classe trabalhadora, o proletariado.
A atualidade de Marx está na capacidade de entender como funciona aquilo que é fundamental numa sociedade de classes (em luta), a economia política, a produção coletiva, mesmo atomizada, não mais concentrada no chão se fabrica, por outro lado, a apropriação individual dos lucros fabulosos, aumenta a exploração humana, mesmo numa sensação de melhora de vida. No entanto, os bilhões de miseráveis, são a nossa consciência de que o sistema capitalista não dará respostas à humanidade.
Houve um momento em que o Estado mitigou a concentração econômica, uma reposta ou um paradigma, em relação aos estados do leste, mas com a queda do muro de Berlim (1989), depois o muro de Wall Street (2008), nenhuma amarra parece segurar o Ultraliberalismo.
A resistência de nosso campo de Esquerda em defender o Estado, parece reacionária, diante do fenômeno irresistível de superação do Estado de bem-estar social e da democracia burguesa.
O Capital exige a extrema liberdade de explorar sem limites e/ou regras jurídicas de um Estado fantasmagórico, que impeça a concentração pornográfica de riqueza na mão de tão poucos.
As guerras híbridas, sujas, regionais, os ódios entre povos, etnias, a destruição de soberanias nacionais e a Liberdade das empresas transnacionais explorar em sem que nada lhe possa limitar suas ações predatórias, destruindo povos, meio ambiente e vidas.
Isso é ciência, não é professar fé, é lutar e construir utopia, futuro onde parece impossível!