Arnobio Rocha Esportes Seleção Brasileira em longa decadência

2325: Seleção Brasileira em longa decadência


A Derrota para Uruguai é a exposição da decadência prolongada da seleção.

A decadência da seleção é longa, desde pelo menos 2006, com a espetacular seleção montada, mas que sem comando, foi destruída pelo ambiente de farras, que se estendia das noites, para dentro dos treinos, a falta de respeito com a competição levou a uma campanha vergonhosa, caindo diante de uma França envelhecida, de vários craques “aposentados”.

A CBF aparentemente percebeu a bagunça de Parreira-Zagalo na “Rave” Suiça-Alemanha, a resposta foi militarizar a seleção, trazendo o “capitão” Dunga, o ex-jogador raçudo, firme, pouca técnica, muitos palavrões, como jogador e como técnico, aquele choque inicial chegou a iludir, mas naufragou na África do Sul, perdendo para uma seleção ruim, a Holanda, no único jogo razoável, foi o fim da desastrosa “Era Dunga”.

A preparação para Copa de 2014 no Brasil, uma transição com aposentadoria final dos últimos grandes craques, alguns jogadores promissores, mas novamente o ambiente geral do país, se refletiu na seleção, ali começou efetivamente o divórcio da seleção com a torcida. Perdeu-se dois anos com Mano Menezes, voltou um envelhecido Felipão, campeão de 2002, mas numa fase decadente.

A copa da seleção foi ruim jogo a jogo, até a hecatombe do 7 x 1 (eterno) para Alemanha, que por respeito parou de jogar quando fez 5 x 0 no primeiro tempo, a maior humilhação do futebol do Brasil, o vexame mundial não se apaga mais. Dessa copa em diante, o Brasil jamais teve uma seleção que se impusesse, o trauma não se curou.

A “solução” da CBF foi novamente Dunga, um desastre completo. Sendo substituído por Tite que vinha de ótimos trabalhos no Corinthians. Repôs o Brasil na Copa, mas não conseguiu chegar forte na Rússia, em 2018, mais uma copa ruim, com a desculpa de pouco tempo, mas ali dava indícios que o Brasil não tinha mais craques, jogadores diferenciados, basicamente Neymar, chamado toscamente de “menino” Ney, um apelido que não se justificava pela idade e pela necessidade dele ser Homem e liderar.

A preparação para um novo ciclo, com Tite, cada vez pior, sem inovar, uma seleção que ganhava e não convencia, enganava, os jogadores apenas nota 5,5, no máximo, com o mesmo “menino” Ney, como o “craque”, cada vez mais individualista e “dono” do time, mas sem liderança vencerdora, que impusesse respeito, medo aos adversários, nada. A copa no surreal Katar, teve a seleção brasileira como coadjuvante, perdeu para uma seleção envelhecida e levou um banho de bola, pior, viu a seleção da Argentina renascer, a consolidação da França, com craques e uma geração de craques.

O pós-copa tem sido desastroso, sem técnico, uma decisão ridícula de “contratar” o italiano, Carlos ANcelotti que treina o Real Madrid, que virá, se vier, apenas metade de 2024, por enquando, é dirigida por um interino de luxo, Fernando Diniz, que faz um ótimo trabalho no Fluminense.

A realidade porém é mais complicada, há pelo menos 15 anos não surge um único craque excepcional, nos contentamos com Neymar, “menino” Ney, talvez um Vinicius Junior, e apenas jogadores medianos, poucos jogando em grandes times vencedores da Europa, cada ano piorando a safra. O futebol brasileiro tem um campeonato bom, mas nivelado por baixo, dominado por dois times (Palmeiras e Flamengo), mas sem craques brasileiros, que têm os bons jogadores, com alguns ótimos estrangeiros.

O que se reflete nos bancos, metade dos times da primeira divisão têm técnicos estrangeiros, também não há renovação de técnicos, o único nacional “diferente” é justamente Fernando Diniz, que junto com Dorival Junior . Os dois melhores estrangeiros são Abel Ferreira (Português, técnico multicampeão do Palmeiras) e Juan Pablo Vojvoda (Argentino, ótimo trabalho no Fortaleza). Por que não um desses dois estrangeiros?

É uma crise histórica de craques e mesmo de bons jogadores, não podemos esconder a realidade. A bagunça da rica CBF é apenas parte da tragédia, pois é mais profunda a decadência.

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