Cães de Berlim (Netflix, 2018), Dogs of Berlin, antes de falar sobre essa minissérie, é que dizer que Berlim é um caldeirão humano, de politica, de cultura, de historia, da luta de classes, é o passado e o presente, de um futuro incerto, mas ali se respira o Mundo todo.
A cidade mais importante do século XX, sede de duas guerras mundiais e de Guerra Fria, sem dúvida é cidade a mais distópica da Europa e desse início de milênio. É uma cidade linda, um encontro de gente, de gerações, como também de de negação do passado, ou de resistência de valores (negativos, neonazismo, xenofobia)?
Essa minissérie, Cães de Berlim com dez episódios, tensos, traz como pano de fundo pelo menos três temas explosivos: corrupção no futebol, xenofobia/neonazismo e violência policial. E relações humanas extremamente complexas, sentimentos e dores.
No futebol, a compra de resultados ou de acertos de condutas por parte de jogadores, como levar cartões, expulsões, atendendo as demandas dos sites de apostas dominadas por máfias e mostra as relações impróprias entre os jogadores, árbitros e dirigentes, o que é relevante demais, pois a série é de 2018, na época seria ficção, hoje, parece realidade.
As comunidades estrangeiras, especialmente as árabes (turcos), muçulmanos, em conflito para serem aceitos, o alemão do leste sofrem com preconceitos, ao mesmo tempo que aparece a resistência cultural das células nazistas, com discurso cada vez mais radicais e de ruptura.
A polícia local reflete, entre outras coisas, que não representa a diversidade da comunidade, a corrupção e a violência que retroalimenta mais violência. Um panorama que pode ser encontrado em várias grandes cidades do mundo, o que torna a trama algo comum e de identidade universal.
Imperdível.