2269: Diniz e o Dinizismo na seleção brasileira?

Diniz é a melhor novidade entre os treinadores brasileiros, ontem foi premiado como campeão carioca.

Ontem assisti ao chocolate do Fluminense no Flamengo, e foi uma das melhores partidas do futebol brasileiro nos últimos anos. O time montado por Fernando Diniz assombrou o poderoso Flamengo, entre os 10 minutos e os 40 minutos do primeiro tempo, dois gols, bola na trave, não dando nenhuma chance, a bola ficou concentrada do meio de campo ao ataque.

No segundo tempo foram mais 18 minutos massacrantes, com mais dois gols, deixando atordoados os jogadores, o treinador e a torcida adversária. Um vareio de bola, para delírio dos torcedores do Fluminense, talvez nem o mais otimista deles imagina um cenário tão empolgante, a derrota no jogo anterior, 2 x 0, um adversário forte, o maior elenco do futebol brasileiro.

O personagem principal do time do Fluminense é o seu treinador, o jovem treinador Fernando Diniz, um esforçado jogador que começou no Juventus de São Paulo, passou por Palmeiras, Corinthians, Fluminense, Flamengo, Santos, Cruzeiro, entre outros.

Em 2009 começou a carreira de treinador em times pequenos do interior de São Paulo, com trabalhos que se caracterizavam por um conceito de toque de bola, uma espécie de Guardiola, mas pecava pelos resultados, vítima da falta de estrutura e de jogadores de qualidade que dessem as respostas à filosofia que ele insistia em colocar em prática.

A partir de 2018 passou a treinar times do primeiro escalão do futebol brasileiro, mas a falta de paciência das torcidas, a necessidade de resultados, quase sempre o derrubava, mesmo que seus times tivesse um padrão de jogo inovador, mas não havia tempo para que os jogadores, diretoria e torcida, esperassem os melhores resultados.

O Dinizismo virou piada, Diniz muitas vezes não era levado à serio pela insistência com suas convicções, era visto como Professor Pardal, que não vingaria no futebol brasileiro por falta de jogadores que compreendessem suas ideias e tivessem disposição para cumprir funções táticas diferentes do que estavam acostumados.

O campeonato brasileiro de 2022 do Fluminense foi excelente, superou melhores elencos e chegou em terceiro lugar, ser campeão carioca, campeonato menor, mas que virou importante, uma salvação para o Flamengo depois de perder três títulos, impôs mais desafio ao Diniz, que respondeu com uma vitória acachapante, um show de bola, com pelo menos 4 jogadores com idade acima dos 35 anos (Fábio, Kano, Marcelo e Felipe Melo) e Paulo Henrique Ganso, com 33 anos, as com histórico de graves contusões.

Paulo Henrique Ganso com baixa mobilidade, mas com toque de bola refinado, preciso, deu um passe sensacional para o segundo gol, entre outros passes de classe, o gol de Marcelo, um ídolo que voltou ao clube que o revelou depois de uma carreira espetacular no Real Madri e uma passagem de menos de uma temporada na Grécia por falta de condições físicas ideais.

Diniz é realmente é a melhor novidade entre os treinadores brasileiros, compõe hoje com Abel Silva e Vojvoda, o trio dos melhores técnicos do Brasil. São diferentes entre si, com filosofias distintas, mas que montam times organizados, vistosos, que dá prazer em ver jogar, dentro das limitações de seus elencos, óbvio que o elenco milionário do Palmeiras é melhor e mais opções, mas Abel Silva não se acomoda e fez um time vencedor.

Qualquer um dos três seriam ótimos treinadores da Seleção Brasileira, Diniz, por ser brasileiro, pode ser uma ótima opção para mudar completamente esses 20 anos de uma seleção que foi piorando a cada ciclo das copas. O recomeço pode ser com uma nova filosofia que devolve o jeito brasileiro de jogar, com pitadas de organização tática que nada deve à Europa.

Parabéns, Diniz e Dinizismo.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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