A extraordinária trajetória de Lula, digna de filmes e documentários, é quase uma série, que ganhou novos e enormes capítulos. Começando pela posse apoteótica de Lula e Alckmin, que teve os mais variados simbolismos associados, os dois juntos no Rolls-Royce, a união pela democracia, depois a faixa recebida passando pelos vários brasis ali se reencontrando.
Seguiu-se a festa popular até o raiar do novo dia, uma forma do Brasil voltar a ter alegria e renascer desses anos sombrios, sem cultura, sem amor e sem interação humana em nome do amor, da vida e da felicidade, os artistas e todos ritmos de um país tão rico e de tanta diversidade cultural.
O dia seguinte começa com a posse do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com um auditório cheio e um novo clima de participação e de humanização da relação entre governo e povo. O discurso com as metas, com o foco nos mais vulneráveis, a responsabilidade com as contas públicas, mas não submeter o povo a mais sacrifício.
O Ministro da Justiça, Flávio DIno, apresentou sua equipe e seus compromissos, projetos, sob os olhos de todas as autoridades do judiciário e ressaltou que acabou a época do confronto destrutivo entre os poderes. O Ministro Dino fez um discurso poético, entremeando citações bíblicas, clássicos da política e da filosofia, com um diagnóstico franco e direto sobre o estado de coisas do Brasil destruído, a necessidade de começar tudo de novo.
As duas posses representam a Economia e Política (Justiça), numa rara combinação de textos e visão para onde se deve ir, como refazer e fortalecer as instituições e a Democracia.
O dia 03, as concorridas posses de Paulo Teixeira e Sílvio Almeida, demonstraram energia gerado desse novo momento.
Paulo Teixeira assume o Ministério do Desenvolvimento Agrário com o grande desafio de pacificar o campo, trazer de volta a Reforma Agrária, a necessidade de distribuir a terra e ao mesmo tempo proteção ambiental, desenvolver economia sustentada, incentivar os pequenos proprietários, a economia familiar e o cooperativismo, a produção que alimenta o Brasil e o mundo de forma responsável, com renda e cidadania.
A posse de Sílvio Almeida é um marco histórico, pelo discurso carregado de verdades e construção de vida e de luta. A retomado do Ministério de Direitos Humanos pelas mãos de um dos maiores intelectuais do Brasil é uma das maiores vitórias desse governo.
O Ministro Silvio Almeida traz não apenas o olhar intelectual, mas uma história de vida de luta e de reafirmação da questão racial como parte fundamental da exclusão e miséria, a violência e a barbárie social de um país injusto. A missão é a proteção dos mais vulneráveis, o olhar humano sobre a sociedade, retomar o verdadeiro sentido de um ministério de Direitos Humanos.
As várias festas e encontros dão a Brasília um clima de reconciliação de energia, talvez maior do foi em 2003, agora é uma reconstrução, a necessidade de se manter unidos, vigilantes e atentos para defender a soberania, a Democracia, a Política e as instituições.
Esses são os desafios de Lula e Alckmin.