A primeira coisa que temos que entender é que não houve nenhum grande “erro” nas pesquisas, com tranquilidade afirmo isso, pois sou desconfiado com pesquisas. O fenômeno que explica isso de forma simples foi o voto útil de Ciro que migrou para Bolsonaro.
Há mais de 45 dias aqui escrevi aqui mesmo que 2/3 dos votos do Ciro eram de bolsonarista emvergonhados, que num momento de desespero voltariam para “casa”. Então houve coerência, os institutos diziam que eleitores de Ciro e Tebet poderia votar em outro candidato 54%, enquanto os de Lula, apenas 4% e Bolsonaro 6%.
Estava aí, na nossa frente.
Quanto aos estados, o Miguel do site Migalhas me alertou que 50% dos eleitores de São Paulo, por exemplo não tinha escolhido candidato ao governo e 70% deles, não tinha candidato ao senado, então o eleitor bolsonarista foi “fiel” e disciplinado votando nos seus candidatos à presidência, governadores e senadores.
Mas qual a razão desse votos? Como dizia a máxima do Clinton, para Bush: É a Economia, estúpido!
As eleições se decidem fundamentalmente pela economia então o que aconteceu, e não podemos esquecer que nesses últimos dois meses houve uma melhora significativa na percepção da Economia e de que economia está bombando.
O crescimento emprego diminuição do preço dos combustíveis alguns preços no supermercado então seguindo essa ideia. Aí estão os elementos que beneficiaram o crescimento do Bolsonaro. Não se pode perder de vista essa realidade, e se a campanha de Lula perder de vista, não conseguirá acertar o raciocínio e a política de segundo turno.
Então é preciso muita calma e procurar os pontos de erros e que se pode melhorar, mas não se deve desprezar esse elemento Central, a Economia.
Para além da Economia local, a onda de extrema-direita iniciada com a a Crise de 2008, ainda perdura e não parece refluir, Trump teve mais votos em 2020 do que em 2016, a extrema-direita foi ao segundo turno na França duas vezes e com muita força, ela acabou de venceu as eleições da Itália e continua no poder Inglaterra.
A eleição de Lula, mesmo com um congresso dificílimo, especialmente o senado, é uma tarefa urgente, para servir de dique de contenção à extrema-direita.