De vez em quando vem aquela sensação de que algo poderia ser diferente, aquele: E Se…
Aqui, já escrevi sobre essa questão, fazendo um retrospecto da minha trajetória de vida, de situações em que o caminho tomado foi um, talvez se outro, seria completamente distinto, o presente, até mesmo o futuro, do que ainda se reserva para mim.
Claro que não posso dizer que acertei em tudo, longe disso, não sou arrogante em pensar que tudo foi perfeito, que não haja nada que não tenha sido correto e linear. Ao contrário, tenho minha autocrítica de cada passo dado em minha vida, ciente de todos meus acertos e dos erros, de decisões que poderiam ter um destino e naquele instante, agi de forma diversa.
Uma certeza que carrego comigo, ou seria teimosia minha, é de que alguns pontos de minha personalidade foram cruciais para tomada de decisões complexas, sem vacilar, mesmo as mais difíceis, uma delas é minha formação política e humana, nunca atentei contra elas, isso não é orgulho, mas uma coisa que me sinto feliz por ter perseverado, não ter aceito ou buscado atalhos.
Outra é que tracei meus caminhos sem ficar preso a qualquer obrigação e/ou dependência de que pudesse me impedir de decidir a mudar, mesmo quando minha filha estava com Leucemia, dependia do plano de saúde da empresa, não precisei criar vínculos impróprios, que viesse a me prender ou ter que me submeter a pessoas ou grupos.
Tive que recomeçar a vida, aos 47/48 anos, uma nova profissão, sem as mesmas garantias trabalhistas, que gozava por quase 28 anos de telecomunicações, tudo novo e difícil, enfrentando situações incertas, agravadas depois pela perda de minha filha, é uma jornada diferente, dolorida, cheia de armadilhas e dificuldades.
De pronto, no meio desse turbilhão e recomeço, tive uma nova vida quando fui viver a experiência com Direitos Humanos na OAB e no Sindicato do Advogados, as dores da sociedade, as mais duras e o gritos mais altos, o desafio de se manter firme, aprendendo todos os dias, como enfrentar tantas situações, ao mesmo tempo viver minhas próprias dores e contradições.
O meu “E se”, é hoje e será sempre uma doce ilusão de ter vivido de outra forma, mas nunca de forma diferente do que meu caráter manda.
E se… E se… E se…