O primeiro grande comício da campanha de Lula-Alckmin-Haddad, Juntos Pelo Brasil, Juntos por São Paulo, num sábado gelado, com temperatura perto dos 10º, no Vale do Anhangabaú (centro de São Paulo), um local amplo e aberto, a sensação era de mais frio ainda, e mesmo com mais de 40 mil pessoas, não parecia cheio, combinado com um sistema de segurança que fez as filas para acesso de mais de uma hora.
Importante perceber que a campanha trouxe velhos (as) e novos (as) militantes para as ruas. Haviam famílias inteiras reunindo várias gerações. Reuniram-se, várias pessoas que foram companheiros de Lula e de várias figuras que estavam no palco, no famoso comício das Diretas Já, em 1984, no mesmo Anhangabaú, mais livre, não privatizado e mais popular, acolhedor.
Filhos, netos, até bisnetos, animados na mesma sintonia, como se estivéssemos retomando a caminhada de 40 anos atrás, uma nova luta contra o autoritarismo velado, naquela época em queda, hoje, ainda forte, mas que juntos podemos derrotar, nesse sentindo há um grande simbolismo de Lula e Alckmin unirem as forças democráticas do Brasil.
Ouvir os relatos particulares, é a parte mais bonita de um comício, os que falam no palco têm seus protagonismos e brilhos, ecoam alto, são aplaudidos, os mais velhos e os mais jovens. De Lula, Dilma e Alckmin, aos jovens da UBES, UNE, passando por lideranças que despontam, como Boulos e Gleisi, e o melhor dos discursos, André Janones.
Ouço de um velho (73 anos) metalúrgico do ABC que acabou de pagar uma promessa de sair de São Bernardo do Campo até Aparecida do Norte, agradecer que Lula foi libertado, recuperou seus direitos políticos e seria de novo candidato da esperança, disse que não conteria as lágrimas de ver Lula falar mais uma vez como candidato.
Outra companheira, diz que teme pela segurança de Lula, sobre sua saúde, que não force a garganta, que votaria nele, mas tem sentimentos contraditórios ao ver Alckmin na mesma chapa, por fim diz que entende, no entanto é duro de entender, como o país mergulhou nesse caos e ter que unir trajetórias tão distintas,
De certa forma, Janones, explicou que ali não era um apagar das diferenças, Lula e Alckmin, mas a necessidade de que eles possam divergir sem medo, pois a democracia está sob ameaça, de ele vão juntos ao Planalto e vão debater, ao fim do dia podem se encontrar num churrasco, não com medo de que sejam perseguidos por divergirem.
Destruir é muito fácil, a reconstrução é um longo caminho, questões simples como liberdade religiosa, o direito de ter suas crenças e cultos, viraram campo para demonização. A fala de Lula pôs a questão na posição correta, o Estado é Laico, não patrimônio de uma religião, nem de um segmento religioso, até nisso o rebaixamento foi cruel.
O momento é ímpar, com chance de se vencer as eleições presidenciais e ganhar o governo em São Paulo, além de montar uma bancada no congresso que permita retomar um Brasil que foi referência para o mundo e nos iludiu de que finalmente estava no caminho certo.
O formato de comício é completamente diferente, uma certa monotonia, o sentimento que fica é de uma certa nostalgia, como foi nostálgico encontrar velhos (as) companheiros (as), muitos e muitas, cansados (as) pela vida, especialmente nos últimos anos.
O mais gratificante foi observar o carinho das pessoas e militantes, para com Dilma, recebida com grande entusiasmo, respeito e quase não a deixaram falar, o que lhe emocionou, levando ao choro. A fala dela sem nenhum rancor, de apoio e força para campanha, foi retribuída por Lula com tanta força, num abraço de emocionar.
Apenas mais 42 dias para um ajuste de contas com a história, é hora de animar a militância, fazê-la sonhar e que ela venha para as ruas derrotar as sombras do autoritarismo, obscurantismo, é luta da Civilização contra a Barbárie, os talibãs religiosos que tomaram de assalto o Planalto e a cena Política.
#VamosJuntosPeloBrasil #Lulanoprimeiroturno
só li esse post hoje, fiquei emocionada. Obrigada por nos contar, em outra perspectiva, sobre outras pessoas também com mesma emoção.
Deu certo!