Arnobio Rocha Política A Posse de Alexandre de Moraes, ou Quando o Golpe Subiu ao Telhado!

2165: A Posse de Alexandre de Moraes, ou Quando o Golpe Subiu ao Telhado!


A posse do Ministro Moraes e a presença solar de Lula.

A concorrida posse do Ministro Alexandre de Moraes, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é um marco importante da Democracia. o Ministro Moraes comandará o processo eleitoral mais tenso desde o fim da Ditatura, com veladas ameaças contra as urnas e as eleições, feita por ninguém menos que o Presidente da República, o Sr. Jair Bolsonaro.

A escalada de ataques às urnas eletrônicas brasileiras começou em 2014 com Aécio Neves e Carlos Sampaio (Coordenador de campanha, deputado e ex-MP de São Paulo) em que pediu a recontagem de votos, tentando alegar qualquer fraude no processo eleitoral do segundo turno em que Dilma Roussef foi reeleita por pequena margem.

Bolsonaro, mesmo eleito presidente, em 2018, por vários momentos insinuou que tinha vencido no primeiro turno, que tinha convicções (nesse campo parece o seu ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro), e que apresentaria “provas”, sempre adiando essa apresentação fantasiosa.

É no mínimo inusitado que Bolsonaro, eleito presidente, um filho senador pelo Rio de Janeiro, outro deputado federal, por São Paulo, e mais um vereador, pela cidade do Rio de Janeiro, todos eleitos por votos em urnas eletrônicas, possa questionar um processo seguro, rápido e eficiente, exemplo para o mundo, com 13 pleitos eleitorais, desde 1996, sem jamais notícia de fraude comprovada ou que maculasse o sistema.

Fato é que Bolsonaro tenta tumultuar e desacreditar a justiça eleitoral e fez isso colocando os seus generais-marajás para pressionarem o TSE, ora pedindo informações, até do Hard Code do software, depois sugestões esdrúxulas para auditar as eleições, como a proposta de filmar os votos na cabine eleitoral. Aliás, são pessoas sem nenhuma experiência com sistemas e nem mesmo com processos eleitorais, sem esquecer que são aversos à Democracia.

A cartada final, de Bolsonaro, foi a ridícula audiência com os embaixadores para apresentar as “provas” da fragilidade do sistema eleitoral brasileiro, uma vergonha mundial, um presidente que ataca as instituições de seu país, ministros da corte maior e a própria soberania do Brasil.

A reação à ameaça, foi pronta e imediata, a “Carta às Brasileiras e Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, elaborada por juristas da faculdade de direito da USP e assinada por mais de hum milhão de brasileiros e brasileiras, depois um grande ato no dia 11 de agosto, dia da advocacia, com repercussão mundial.

Ontem, 16 de agosto, na posse solene (numa mesa de homens brancos, nenhuma mulher, nenhum preto), o Ministro Alexandre de Moraes recebeu os ex-presidentes da república, Sarney, Lula, Dilma e Temer, o atual presidente, Bolsonaro, na mesa, os presidentes dos poderes legislativo, governadores e prefeitos, e pregou o “caixão do golpe”, da falácia e do delírio bolsonarista.

O discurso duro e direto, ouvido ao lado por um soturno Bolsonaro, com cara fechada, foi a melhor resposta ao Brasil, a reafirmação do processo eleitoral, das urnas e que a Democracia e a Política, precisam ser respeitadas.

O isolamento de Bolsonaro é evidente, Lula, seu principal adversário era procurado, abraçado, pedido de fotos e conversas, enquanto o outro, cara amarrada, com raiva e não fazia questão de esconder o mau estar, talvez surpreso com o discurso, posto que tinha feito as “pazes com Moraes”, recentemente.

Importante para o Brasil essa reação;

As eleições se aproximam, em 45 dias, o primeiro turno, até lá muita luta, um 07 de setembro convocado desesperadamente como o último impulso golpista, reunir os militares e o apelo aos lumpens (os descamisados do Collor, hoje vestidos de CBF) para garantir sua reeleição na marra ou na bala.

 É lutar e resistir

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