O Brasil entrou em rota para auto destruição e descompasso institucional, desde as jornadas de junho de 2013. As tais primaveras chegaram aqui, ironicamente num outono, não trouxe flores, o cenário virou cinza e tenebroso, com uma rapidez e capacidade destrutiva jamais vista. Foram nove anos em que as sementes neofascistas fincaram suas raízes uma construção Política-filosófica com ataque aos pilares das sociedade modernas: Política e Democracia.
O ponto alto dessa loucura coletiva se deu nas eleições presidenciais de 2018, preparadas pelo GOLPE de 2016, Bolsonaro, o mais ignóbil dos candidatos, aquele que reunia o que havia de pior, despreparado e envolvido, ele e os filhos, com setores da milícia carioca, pregando ideias medievais, toda a máquina ultraliberal de mentiras tão estupidas que seria impossível de acreditar, mas se acreditou e se votou em alguém que rivaliza, para pior com General Figueiredo, Médici e as trevas.
Os aventureiros chegaram ao Planalto sem nenhum projeto relevante, uma ideia, nada, apenas encarnaram o anti-petismo, com uma pauta moralista, desqualificada. Alguns abutres do Kapital aderiram à candidatura, pois viram nesta horda insana, sem cérebro, a chance de destruir o Estado, desmontando toda e qualquer política pública, rasgando a Constituição Federal, rompendo o pacto federativo e levando país à beira do Caos.
O resultado desse desgoverno, é quase uma hecatombe, e a sua extrema incapacidade de enfrentar uma pandemia com características destrutivas implacáveis. Os governos mundiais, desde os ultraliberais como Trump/Biden, passando pelo demais espectros políticos, largaram a Doutrina da Fé do fiscalismo e abriram as contas públicas pera enfrentar o Caos.
Bolsonaro e seu desgoverno foram e continuam sendo os INIMIGOS públicos da luta contra o Covid-19. Ações e omissões seguidas, não deixaram dúvidas que levaram à morte milhares de brasileiros e brasileiras. Por exemplo, no auge da Pandemia, o governo ficou quase 9 meses sem ministro da saúde, cargo ocupado interinamente/definitivamente por obscuro general, Pazuello, sem nenhuma formação em saúde, dá a exata dimensão da tragédia do que foram esses dois anos, a falta de sensibilidade, a completa irresponsabilidade diária do “presidente” e dos seus asseclas.
Há sinais evidentes de barbárie no país, de descontrole da máquina letal do Estado, com a inspiração no linguajar chulo do Presidente, forças policiais, passaram a agir conforme tais premissas, foram três anos de uma onda de desrespeito às leis, aos Direitos Humanos e garantias fundamentais, do genocídio do povo preto e periférico.
O desmonte do Estado, comandado pelo abutre Paulo Guedes, que entregou o patrimônio público e a soberania, combinado com o corte de verbas levam ao risco de hiperinflação, sem ter mais instrumentos em suas mãos de controle de preços e de regulação, para combater o crescimento inflacionário e de tarifas públicas, preços dos combustíveis e alimentos.
A caótica formação de um time de ministros de envergonhar (todos péssimos, ninguém constrange ninguém, na ruindade), tal despreparo, com nomeação completamente estapafúrdias, hoje cobra um preço alto. Educação, Itamaraty, são exemplos mais absurdos, e figuras que poderiam ser folclóricas, como Damares e Araújo, mas são absolutamente perigosas, pois acreditam no que falam.
É preciso derrotar Bolsonaro e de sua família, ministros, com a futura condenação pelos crimes lesa-pátria parece uma obviedade.
Bolsonaro cometeu Crimes de Responsabilidade de forma continuada, contra as instituições democráticas e da República. O Presidente de forma direta e publicamente conspirou contra os outros poderes, o Congresso, contra o STF, crimes previstos na Constituição Federal, sem falar da sua reação contra a imprensa. O pacto federativo foi rompido desde o início do governo, com a discriminação do nordeste, por exemplo, ou no enfretamento ao governo de São Paulo.
A questão mais complexa nessa recomposição e uma das maiores lutas nessas eleições, é pela formação de um novo congresso, pois o atual é ultraconservador e suscetível à caneta presidencial, não houve predominância de forças com espírito público e democrático, exatamente o oposto, ratificou todas ações antidemocráticas de Bolsonaro.
O que se tem no cenário atual é que parte da Elite faz movimento de abandono do barco da família Bolsonaro, o maior reflexo disso são grandes jornais publicaram editoriais nesse sentido, mas, ao mesmo tempo, de repúdio ao candidato da oposição em melhores condições de derrotar esse governo de descalabros, Lula. Ainda não há uma declaração aberta do grande empresariado pela ruptura, há apoio, que se reduz dia a dia, ao ministro da Economia, sua incompetência é tolerada por ser parte do grande Kapital e sua mídia.
A classe trabalhadora e o povo em geral foram as maiores vítimas desse governo pelo desemprego, uberização e pela miséria crescente, além das incertezas e por falta de rumo, ainda não há um claro movimento de rua e de massas que questione o governo e peça sua queda, por piores que sejam as condições econômicas e sociais em que o Brasil se encontra, a pandemia do Coronavírus, poderia ter sido a grande chave, para um deslocamento inequívoco.
É este o momento em que o Brasil se encontra, há menos de cinco meses das eleições, as pesquisas apontam Lula em vantagem, mas, por incrível que possa parecer, Bolsonaro vem diminuindo a diferença e ameaça tomar a ponta, o desastre pode ser maior com sua reeleição, o que sobrará do Brasil?
A urgência de uma frente ampla, democrática, da Direita à extrema-esquerda, passando pelo centro, garantido a recondução do Brasil à Democracia plena, o Estado de Direito e garantias fundamentais. Nesse mesmo movimento, a esquerda deve conformar um Bloco, um resgate que reúna PT, PSOL, PC do B, PDT, PSB, PCO, para disputa política e ideológica, encontrar a agenda de desenvolvimento, crescimento, distribuição de renda, participação popular.