A última semana de abril foi extremamente movimentada no cenário da política e das eleições que se avizinham (ou não), pois Bolsonaro voltou a ameaçar de forma concreta as eleições, depois de ter confrontado o STF, ao desafiá-lo com o indulto/graça ao deputado bolsonarista-raiz, Daniel Silveira, do Rio de Janeiro, agora diz que se algo anormal acontecer suspende as eleições e que estas precisam ser auditadas pelas Forças Armadas (Oi???).
Esses discursos e atos de Bolsonaro é para unir o bolsonarismo e o centrão, as forças mais reacionárias do país. Claro que parecem fanfarronices, o que na verdade é um método de fazer Política, que pode não ser a que estamos acostumados, mas é o que se criou depois de 2013, legitimados pelas ruas e redes sociais, sem nenhuma relação com a Democracia e as instituições do Brasil. É a “voz das ruas” em ação concreta e ameaças. o discurso do Medo e do Ódio.
Ao mesmo tempo, houve mais uma grande vitória de Lula no enfrentamento com a Lava jato, a outra força fundamental do bolsonarismo. O Comitê de Direitos Humanos da ONU reconheceu de forma cabal a imparcialidade do ex-juiz Sergio Moro e dos Procuradores, que usaram o processo não para combater a corrupção, mas para condenar sem o devido processo legal. Uma derrota enorme dos meios de comunicações, parceiros da farsa.
Aliados e defensores do ex-juiz, como João Dória, ex-governador de São Paulo, começam a colocar em dúvida o lavajatismo, o que é muito importante para o Brasil, que se chegue a uma compreensão comum de que se deve combater a Corrupção no Estado, não corrompendo as instituições, como vingança pessoal, punitivismo seletivo e condenação prévia via imprensa, afastando os adversários de seus direitos políticos, como foi o caso de Lula, abrindo uma fenda enorme para o surgimento do Bolsonarismo, essa chaga enorme que destrói o Brasil.
O resultado perceptível dessas movimentações políticas se reflete nas últimas pesquisas, capta uma certa vacilação de soltar a campanha de rua de Lula, combinada com a saída de Moro do cenário eleitoral, fez com que Bolsonaro encostasse perigosamente nas pesquisas. Ele está em campanha ampla, aberta, usando a máquina de forma acintosa, distribuindo verbas, inaugurando ponto de ônibus, em comício, motociatas e uso indiscriminado das redes sociais.
Bolsonaro é um caminhão descendo a ladeira sem freio, ameaçando atropelar qualquer um, até mesmo de capotar o caminhão.
O cenário eleitoral começa a se definir, e segue indo para um afunilamento, mano a mano, entre Lula e Bolsonaro. Importante notar que os baixos índices dos demais candidatos que se apresentam (podem cair mais ainda), numa campanha que tende a ser plebiscitária.
No melhor cenário de uma campanha que tenha debate e que tenha como centro, a comparação entre os feitos dos governos Lula e de Bolsonaro. Entretanto, no pior, será uma campanha sórdida, com extrema sujeira em redes sociais, com ampla vantagem do bolsonarismo, pois os algoritmos são manietados à extrema-direita, que ninguém se iluda.
É ir para as ruas, bairros, feiras, para o enfrentamento político, ou aceitar a derrota via o conforto do Facebook ou “novo” Twitter.