IFOOD tem uma máquina de ataques aos trabalhadores de Aplicativos, é isso que diz a extensa e profunda reportagem da “Pública”, A máquina oculta de propaganda do iFood. Que conta como o IFOOD contratou empresas para combater a organização dos trabalhadores por aplicativos, para desmoralizar seus líderes, com uma tática igual ao das Fakenews.
Importante documento que merece uma profunda reflexão dos militantes políticos em geral, e os que atuam em Direitos Humanos em particular. Pois a questão central aqui são os ataques aos Direitos Humanos, mais especificamente, à dignidade humana. A Uberização das relações de trabalho ataca os princípios basilares dos Direitos Humanos dos Trabalhadores e Trabalhadoras.
Ao ler a matéria, comecemos pelo fim, regime de trabalho de mais de 10 horas ao dia , 7 dias por semana, sem nenhum direito social ou trabalhista assegurado. O levantamento da Locomotiva Pesquisas e Estratégia, na matéria mostra que
“O delivery é a fonte principal de renda para cerca de 89% dos entregadores, sendo responsável por cobrir despesas como comida, água e luz. Entre os mais pobres, 94% dos entregadores declararam depender das entregas como principal fonte de renda para os gastos cotidianos”
A esmagadora maioria é de baixa renda e dependem crucialmente desse tipo de trabalho, o que os torna mais vulneráveis diante dessas plataformas “anônimas”, que usam a “livre iniciativa” para quase escravizar, enganados pela ideologia de liberdade, mas essa liberdade esbarra no direito à organização, ao sindicato ou qualquer forma de associação.
Segundo demonstra a matéria, a plataforma digital, IFOOD, fere a constituição, os direitos humanos elementares, comete crime contra a liberdade de organização e faz perseguição seletiva aos líderes. Usando de uma prática política absolutamente desonesta e desigual, com perfis fakes, páginas fakes e aliciamento.
Num outro campo, as plataformas, como UBER, IFOOD, lutam na justiça para que não sejam reconhecidos os vínculos trabalhistas, os direitos mais básicos, como jornada, descanso e remuneração. E têm tido sucesso, pois a combalida justiça do trabalho, nega, eventualmente concede o que pedem.
Sem proteção e sem direito de organização, o que seriam os entregadores de APPs senão escravos modernos?
A matéria é impactante, reveladora de um expediente cruel, e que torna a luta inglória, dos TRABALHADORES e TRABALHADORAS de aplicativos, a luta de classes no seu mais baixo nível, de mais alta exploração humana, com consequências funestas para a maioria deles.
Essa situação não pode ficar impune, o Ministério Público do Trabalho, as organizações sindicais e as de Direitos Humanos precisam se posicionar, exigir o fim das perseguições e dessa prática criminosa, garantido o direito de organização e de luta.
A Classe Trabalhadora passa por mutações terríveis, a negação dos direitos fundamentais é o ponto mais visível desse processo desigual.