A jurista Carol Proner escreveu um imperdível artigo, publicado no Brasil 247,Atacar Sergio Moro é uma boa estratégia?. Abrindo assim um dos mais importantes debates no meio jurídico, acadêmico, de como enfrentar o ex-juiz politiqueiro, Sérgio Moro. Com maestria, Carol Proner, percorre os caminhos dos embates com a lavajato e a vitoriosa campanha para que o juiz fosse declarado PARCIAL em sua atuação nos processos oriundos da malfadada Operação Lava Jato.
A importância do debate sugerido me fez escrever alguns apontamentos sobre a forma de atuação tática, partindo da estratégia proposta por Carol Proner.
O texto de Carol Proner é histórico e nos remete ao que enfrentamos nos últimos anos, como lutamos contra o “ativismo jurídico” que visa calar a Democracia e a Política, a estratégia central do Ultraliberalismo, que se consubstanciou na criminalização da Política e na perseguição seletiva de líderes políticos da esquerda e progressistas, no Brasil e na América Latina.
A parte II dessa campanha contra Democracia e a Política é legitimar esses arautos do Capital e de sua política de exclusão. Agora é trazer para arena da política os antigos algozes da Esquerda, o ex-MP e o ex-Juiz, assim como tinha sido importante empoderar vários Delegados, coronéis da PM e membros das forças armadas.
Da truculência aberta com as condenações absurdas sem provas, fruto das operações como lava jato, calvário e outras, para a agora tática “suave”, com a tentativa de eleger os líderes desse golpismo “moderno” aos cargos do executivo e do legislativo, depois do estrago feito no Judiciário. As candidaturas de Moro e Dallagnol são as mais simbólicas, muitas outras virão, nesse anos eleitoral de 2022.
Dito isso, concordo plenamente da política do embate e do enfrentamento à eles, especialmente, contra Moro, que busca a presidência, depois de ter sido fundamental para eleger Bolsonaro. É preciso expô-lo, dizer a quem serve e o que pretende, sem meias palavras. Como estratégia geral, penso que todas e todos, estamos de acordo.
A questão que devemos enfrentar nesse campo de Juristas de entidades como ABJD, AJD, ADJC, Sindicato dos Advocados de SP, dos grupos de juristas como Prerrogativas, Frente Esperança Garcia, MP Transforma e outros, é de encontrar quais as melhores Táticas de combate que se alinhem com a estratégia geral.
Portanto, é importante que se procure agir de forma coordenada, por exemplo:
1. Redes Sociais, cada uma delas, como enfrentar sem favorecer o inimigo. Há especificidades em cada uma, Twitter, Instagram e Facebook
2. Na mídia tradicional, como produzir conteúdo para desmascarar e LEMBRAR das ações nefastas de Moro e lava jato e suas consequências para o Brasil;
3. Articulação entre as duas formas de mídias para que uma alavanque à outra;
4. Definir as formas de embates em consonância com nossos estrategistas eleitorais;
5. Na medida do possível, trazer os Juristas do nosso campo para atuação conjunta, sem prejuízo às suas próprias demandas.
Talvez nossas diferenças estejam no campo da tática, de como agir no concreto, em particular nas Redes Sociais, campo aberto e pouco conhecido cientificamente pela Esquerda.
Vamos à luta!
A falta de veículos de comunicação de massa e a desinformação da população brasileira exposta ao discurso dos detentores dos meios de comunicação que censuram e/ou manipulam a informação em prol de uma minoria no poder parece ser o grande problema do Brasil. Mas não é só isso. Quando se consegue furar esse bloqueio a verdade se confronta com pessoas incapazes de compreender o conteúdo veiculado.
Faltam consciência política e veículos progressistas que trabalhem com a tradição de oralidade da nossa população.
O projeto de contar ao povo as torpezas do ex-juiz precisa estar atrelado à um processo pedagógico que permita às cidadãs e cidadãos retirar de tal experiência um aprendizado para compreender e analisar as notícias e continuar a se informar com as ferramentas tecnológicas disponíveis.