A literatura continua sendo meu refúgio e a certeza de vida, portanto, é vital para mim trazer os versos, as frases para o momento em que vivo, através delas encontrar um sentido amplo para tudo pelo o qual passamos e sentimos, sem nos perdermos pelo caminho.
Procuro analisar a vida por quase todos os ângulos, e assim conhecer os fenômenos que nos cercam, nem sempre consigo abranger, parece que escapa algo, o que não é ruim, demonstra que ainda temos muito por aprender. Até mesmo aqueles temas que pensamos dominar, acaba surgindo mais perspectivas, assim, se dá quando relemos um livro, ou revemos um filme, abre-se novas visões.
A compreensão dos conceitos e categorias filosóficas são fundamentais para uma intervenção prática nas lutas, não servem para deleite e diletantismo, apenas.
A Classe, ou seja 99% das pessoas, vive sob constante pressão e incertezas: Terá o que comer amanhã, como pagará as contas que vencem na semana que vem ou, terá trabalho no próximo mês? São as condições elementares para “reprodução e sobrevivência” que vão ditar o animus da imensa maioria de nós.
Todo e qualquer outro devaneio sempre foi secundário, pior ainda na quadrada atual.
Parece cruel o que foi citado, mas é apenas a apresentação real, que muito teimam em negar o óbvio, talvez consigam sublimar ou arrumar escapes para a realidade que nos cerca. Também não adianta cultuar o passado como melhor, é apenas uma ilusão, na verdade, o passado é a certeza que se viveu, duro mesmo é encarar o presente, mais complicado, olhar para frente.
As preocupações do Dr Fausto, eram as minhas, as mesmas vaidades, os desejos, a dualidade, albergar os dois espíritos, o primeiro, preso à terra, o local, o outro que lutar em voar, sair daquele lugar. O mais forte era a necessidade de conhecer mais, muitos lugares, pois, e é, a vida é breve, ao contrário, tão longa é a arte. A incessante luta que mais oprime a humanidade, liberdade vs vida real.
A verdade é que nos tempos sombrios, apenas nos clássicos respostas eternas, perenes, sobre os dilemas humanos, não importa a época, as perguntas certas, encontram o seu par antético, não se engane, os avanços incríveis da tecnologia, da ciência, não produzem uma psiquê diferente, do que efetivamente cada um é, continuamos pó e sombra, “puluis et umbra sumus” (Horácio).
Ultimamente procuro colar textos distintos, fundi-los em ideias novas, ou sintetizar ideias dispersas, com o mesmo fio condutor ideológico, a luta de classes e a literatura como fonte criativa e de vida possível.
Síntese, ou nada.